Pular para o conteúdo principal

O que deve ser feito para combater com êxito a corrupção?

As pessoas buscam sempre satisfazer os seus desejos e as suas vontades pelas mais diversas formas e meios, muitas vezes para isso prejudica a coletividade ou outras pessoas para alcançarem os seus intentos. Nestas situações, o individual se sobrepõe ao coletivo. Nas sociedades modernas esse fenômeno está bastante presente e atende pelo nome de corrupção. O que explica as ações de corrupção na nossa sociedade? O que deve ser feito para diminuir a corrupção na nossa política? É possível tratar a política sem o tema corrupção está presente?


Muito já se tem sido escrito e debatido sobre corrupção, desde cientistas políticos renomados mundialmente, advogados respeitados, economistas de grande reputação científica e outros profissionais da mesma envergadura até pessoas comuns que em rodas de amigos ou no seu cotidiano tratam desse tema. Esse fenômeno da corrupção está presente em praticamente todas as sociedades, entretanto, em algumas muito mais do que em outras. Um ato para ser considerado corrupto é necessário que alguém tenha vantagem indevida sobre outros, o que pode ser entendido como a obtenção de vantagem privada sobre um bem comum ou um bem público. Desta forma, o sujeito pratica corrupção ao cortar a fila do banco, quando comete alguma infração no trânsito, quando emprega um conhecido ou parente na empresa onde trabalha ao invés de dá oportunidade a quem realmente tem capacidade, sonegar impostos (seja de empresa ou de pessoa física – quem coloca gastos dedutíveis na declaração de Imposto de Renda está praticando um ato de corrupção), quem engana as pessoas com falsas promessas e muitas outras ações praticadas por pessoas em suas estritas atuações privadas são claramente ações de corrupção.


Evidentemente, as ações de corrupção ficam mais evidentes quando praticadas por agentes públicos e mais notadamente quando praticadas por políticos. A importância da política na vida das sociedades e nos governos é inconteste e deve ser cultuada como o único meio de levar a convivência, a racionalidade, a liberdade, o respeito e a representatividade de todos de acordo com as normas vigentes para a sociedade. Em outras formas, não se poderia ter isso. É muito provável que se tivesse o caos, a tirania ou a anarquia. Portanto, a presença e atuação do Estado é essencial para a sustentabilidade das sociedades. Isso é mais claro quando se nota que o poder das pessoas em obter meios de sobrevivência é absolutamente desigual e sem a existência e atuação do Estado poderia viver em um mundo com poucos senhores e muitos servos, isso claramente não é admissível no mundo moderno. O Estado utiliza-se de recursos, leis e normas para que a sociedade fique em harmonia, tenha oferta de produtos e serviços suficientes até mesmo dos que não podem ser ofertados por meios privados, tenha uma moeda e as pessoas que não conseguem sobreviver por meios próprios tenham a assistência pública para isso.


Em razão do grande poder que os agentes do Estado possuem, a possibilidade de haver distorções comportamentais desses agentes que levem à prática de corrupção fica mais visível. As pessoas que trabalham no Estado sejam por concursos, cargo de confiança ou que sejam eleitas são vindas da sociedade, na qual praticam rotineiramente atos de corrupção. No caso do Brasil, existem diversos órgãos que fiscalizam os governos e as instituições públicas objetivando minimizar o número de atos de corrupção dos agentes, entretanto, ainda existe grande possibilidade de um agente não ser punido por atos de corrupção. Isso faz com que pessoas que são propensas à práticas de tais atos a se aproveitar de sua condição para obter vantagens privadas em detrimento do restante da sociedade.


A política é a melhor forma de vivência nas sociedades, mas se for em conjunto com a democracia plena é possível obter o máximo das suas vantagens. Na democracia a sociedade pode perfeitamente reclamar e exigir dos agentes públicos comportamento que não ultrapasse os limites da licitude, ética, competência, moral e bons costumes. A sociedade é responsável por uma parte dos agentes públicos quando elege os seus representantes, entretanto, não tem nenhuma participação na escolha de uma parte razoável que são os que entram por meio de concurso público ou que entram por indicações. É muito comum se observar a participação desses dois últimos tipos de agentes públicos em atos de corrupção. O próprio Estado deve agir com mais firmeza no combate à corrupção com criação e aplicação de leis mais restritivas com a prática de atos corruptos tanto envolvendo agentes públicos quanto privados. A própria sociedade deve entender que atos de corrupção praticados fora do poderes do Estado são tão nocivos quanto os que são divulgados pela mídia envolvendo o setor público. A sociedade deve ter em mente que as eleições são para escolher representantes delas próprias e não somente para apertar alguns botões e receber um comprovante de votação, fazendo com seja rigorosas na escolha dos seus candidatos. Caso essas condições estejam presentes é possível falarmos de política sem a palavra corrupção está por perto.

Comentários

  1. "Liberdade econômica para os cidadãos"

    Menos poder, Menos tarefas e quanto menos meios financeiros o político tem a sua disposição, tanto menores são suas chances de passar a mão nos "extras".

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Caríssimo,Francisco,creio que esta doença está mais presente em países extremamente explorados pelos seus colonizadores.Em 1530,para o Brasil eram enviados os condenados pela coroa,em 1808,com a chegada da família real eram confiscadas moradias para hospedarem a côrte real e em sua fachada os dizeres princípe real(P.R)(sem falar na exploração do ouro),desde então o nosso povo satirizava:PRÉDIO ROUBADO (criando mecanismos de defesa contra as explorações).Ainda hoje temos famílias poderosas daquela epôca comandando a nossa atual política(não querem largar o osso):o que fazer não sei!SEria porque somos um jovem país,ou,cá entre nós,tupininquins,precisáriamos de decaptar as nossas Marias-Antonietas e Luíses XVI?Exemplos bons ou não,em muitas atuais potências foram dados de cima para baixo...

    ResponderExcluir
  3. Amigo Franciso..paz seja contigo!
    essa ignominia que existe em nossos pais desde o periodo monarco, sempre foi altamente uma disputa cerrada, para quem corta a fatia maior do bolo,, oque eu acho que seria bom era uma auditoria solida interna coligada com todos os ministerios, sob uma jurisdição sei la da oab, ou orgão publico sério,, mas estamos longe da sonhada democracia justa!!

    ResponderExcluir
  4. Olá! Vi que comentou no meu blog, alma jornalista. Que bom que gostou. Aproveito para apresentar outro blog: http://contadoradehistoriasreais.blogspot.com/
    Em breve receberá o convite para conhecer o meu site de comunicação que está sendo construído. Abraços!

    Viviane Pascoal/ jornalista, escritora e blogueira

    ResponderExcluir
  5. Olá Francisco,

    Muito interessante a definição da palavra "corrupção". Nunca tinha parado para pensar no tema, da forma como você apresenta em seu texto.
    O que fica como reflexão, ao meu ver, é que na realidade todos nós temos probabilidade (em menor ou maior grau), de sermos corrompidos em algum momento da vida (exatamente por desconhecer o real significado desta palavra).
    Parabéns pelo conteúdo informativo da matéria.
    Incluí o link do seu blog no pautajornalistica.blogspot.com
    Bjsss, Fernanda

    ResponderExcluir
  6. Saudações!
    AMIGO FRANCISCO,
    O seu texto aborda um tópico polêmico e profundo, porém extremamente esclarecedor e educativo!
    No alto Nhamundá, vivem os Hykarianas, o Joaquim era o Tuxaua. Certa vez passei uma manhã conversando com o velho índio sobre varias coisas, e perguntei se ele sabia o que era mentira?
    Ele apontou para uma árvore envolta de lodo... E disse: Quando tu quiseres caminhar sobre ela, tu vai cair... Igual a mentira.
    A conversa continuou e perguntei Joaquim, você já ouviu falar de corrupção? Ele me apontou para uma árvore carregada de casas de abelha do mato... E disse: Difícil é tirar o mel a primeira vez, com abelhas ferroando. Igual corrupção. Índio engana abelha. Igual corrupção. Mas, para o índio mel é para remédio. Se branco aprender tirar, sem pegar ferroadas, viciado, ou quando tirar coloca água, assim, é a Corrupção!.
    Meu amigo, são tantas coisas, penso que tudo começa em casa, uma boa formação é o grande alicerce de valores morais para tudo.
    Parabéns pelo seu excelente texto!
    Abraços!LISON.

    ResponderExcluir
  7. excelente seu post sobre corrupção, eu só me pergunto uma coisa por que as pessoas acham que precisam de tanto dinheiro, se a coisa mais importante sao adquiridas gratuitamente no meu caso o amor da minha esposa e dos meus filhos.

    Abraços

    Marco Antonio

    http://bizziu.blogspot.com/

    Obs: Já estou te seguindo

    ResponderExcluir
  8. Olha, francisco, acredito que a minha esperança de acabar com a corrupção pela justiça acabou.

    Agora temos que educar o povo, temos que nos educar, para que sejamos cada dia melhores, para que quando o povo realmente estiver representado no poder, o corrupto tenha vergonha de suas maldades, como no Japão, é a única maneira.

    Não temos cadeia para tantos corruptos, nem temos justiça competente para tal função.

    ABÇS

    ResponderExcluir
  9. Muito bom texto,bem explicativo.

    ResponderExcluir
  10. o problema é que a corrupção não está somente na política e principalmente disseminada na sociedade. no Brasil temos uma tolerância enorme com a corrupção. Relembre os 10 escândalos mais famosos de corrupção no Brasil:

    http://mrblognews.blogspot.com.br/2012/10/conheca-ou-relembre-os-dez-escandalos.html

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper