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Economista do PT defende Constituinte para reformas como a do sistema político-eleitoral, tributária, dos meios de comunicação, bancária

Um dos responsáveis pela elaboração do plano de governo da chapa petista Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad para a disputa presidencial nas eleições 2018, o economista Marcio Pochmann defendeu nesta quinta-feira, 23, a realização de uma nova Assembleia Nacional Constituinte para a execução de reformas que, em sua opinião, são fundamentais para o futuro do Brasil. Entre elas, alterações no sistema político-eleitoral, nos meios de comunicação e uma reforma tributária. 

"É o projeto mais ousado que o PT já apresentou desde que começou a participar de eleições no Brasil", disse Pochmann, em sabatina promovida pelo Estado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Ele é o quarto de oito representantes de chapas presidenciais a participar da série "Os Economistas das Eleições". "É fundamental fazermos uma revisão profunda nas medidas que foram tomadas pelo atual governo, como o teto de gastos, a reforma trabalhista e os processos de privatização. Propomos também uma nova Assembleia Nacional Constituinte para termos reformas como a do sistema político-eleitoral, tributária, dos meios de comunicação, bancária."

Para Pochmann, as reformas propostas ou implantadas pelo governo de Michel Temer (MDB) são contraditórias. "Uma reforma constitucional ajudaria a nos concentrarmos no que é importante e não em mudanças contraditórias. A reforma previdenciária proposta está em oposição à reforma trabalhista apresentada. Uma Constituinte discutiria e organizaria melhor essas reformas. As opções que o Brasil fez nos últimos dois anos desconstroem uma 'ponte para o futuro'", disse. A expressão dá nome ao projeto do MDB, proposto por Michel Temer durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 
 © F
Pochmann disse que o PT montou seu plano de governo em três etapas. A primeira, de acordo com o economista, foi uma discussão interna do partido sobre erros e acertos dos governos petistas, entre 2003 e 2016. "Isso nos permitiu olhar para nosso legado e humildemente reconhecer erros".

Depois, Pochmann disse que o partido "ouviu a população" e construiu o documento chamado "O Brasil que o povo quer" que, posteriormente, foi sintetizado na proposta encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral para a formalização da chapa Lula/Haddad. "Não acredito que o sentido da política econômica e social apresentada nos últimos anos nos permita ver um horizonte com orgulho."

"É fundamental termos um programa de emergência para emprego e renda enquanto as reformas são discutidas. Isso passa pela ampliação da renda disponível da população na base da pirâmide social", explicou Pochmann. "E paralelamente a isso, um aumento da tributação de segmentos de renda que estão praticamente isentos. Revisão das isenções fiscais. Uma forte ênfase na redução do custo do dinheiro, da taxa de juros e uma recuperação imediata dos investimentos em obras públicas, como as do programa Minha Casa, Minha Vida."

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