Durante o julgamento do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF) José Maria Marin no escândalo de corrupção da Fifa, o empresário José
Eladio Rodríguez disse que a T&T, uma offshore da Torneos y Competencias,
foi criada na Holanda para receber pagamentos de grupos de mídia, entre eles a
emissora brasileira, que então seriam desviados aos chefes do
futebol.
Rodríguez foi braço-direito de Alexandre Burzaco,
que já acusou a Globo de ter pago US$ 15 milhões de suborno para os direitos
2026 e 2030 da Copa do Mundo.
Rodríguez citou José Maria
Marin como um dos que receberam propina, e ainda Marco Polo Del Nero, atual
chefe do futebol brasileiro, e Ricardo Teixeira, que abandonou o mesmo cargo há
cinco anos sob uma série de suspeitas.
Nas planilhas da
contabilidade paralela da Torneos y Competencias, examinadas em detalhe pela
acusação diante do júri, os cartolas apareciam sob o nome "iluminados". Era a
designação secreta de Rodríguez para destinatários de pagamentos - durante anos,
a testemunha foi responsável por executar as transferências seguindo as
instruções de seu ex-chefe.
Nos exercícios fiscais sob a
rubrica "iluminados", a palavra Globo aparece pelo menos quatro vezes, associada
a pagamentos que chegam a US$ 12,8 milhões relativos aos direitos da
Libertadores e da Copa Sul-Americana.
Rodríguez
reconheceu diante do júri a mesma troca de e-mails com o ex-chefe em que
discutiam a impaciência de Marin e Del Nero, irritados com a demora para receber
seus pagamentos –os cartolas, segundo documentos da Torneos, recebiam US$ 600
mil, valor depois atualizado para US$ 900 mil por ano, relativos à manutenção
dos contratos de transmissão dos campeonatos da Conmebol. (Com o 247)
Comentários
Postar um comentário