Mesmo estando há nove meses na presidência da República, Michel Temer diz que a culpa pelo fracasso da economia é da Dilma
Mesmo estando há nove meses na presidência
da República, e ampliado gastos públicos enquanto ainda era presidente
interino, com a finalidade de consolidar o golpe, Michel Temer culpou o
governo anterior, no qual seu PMDB tinha sete ministérios, pelo maior
déficit primário da história do Brasil, de R$ 155,791 bilhões em 2016.
"Buscamos restituir à condução do Estado o sentido de
lucidez e até, por que não dizermos, do senso comum. Demos transparência
às contas públicas, passamos a encarar uma realidade que já é conhecida
de todos aqui", disse Temer, sem citar Dilma diretamente, durante um
evento a investidores em São Paulo nesta terça-feira 31.
"O fato é que a política econômica agiu de uma tal maneira
neste período que chegamos a cerca de R$ 155 bilhões de déficit. Ou
seja, não precisamos atingir a marca pré-ajustada no primeiro momento
[de R$ 170 bilhões]", acrescentou.
Quando assumiu seu segundo mandato, Dilma pretendia
equilibrar as contas com a volta da CPMF, mas foi sabotada por Eduardo
Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Temer. Como o
golpe derrubou a arrecadação, especialistas já duvidam do cumprimento
da meta de 2017, que prevê um rombo de R$ 139 bilhões.
Enquanto isso, Temer, em seu governo, mesmo diante de um
severo ajuste fiscal, concedeu aumentos a servidores e liberou emendas
na interinidade. Ele também derrubou a atividade econômica e a
arrecadação enquanto presidente. (Do 247)
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