O jornal britânico The Guardian traz na edição desta quarta-feira (28) uma carta escrita pelo professor Kevin Dunion, da University of Dundee,
onde o também diretor diretor na Faculdade de Direito Executivo do
Centro de Liberdade de Informação fala sobre o impeachment da presidente
brasileira Dilma Rousseff.
Leia na íntegra
Os desafios que Dilma
Rousseff enfrentou na limpeza da política brasileira não podem ser
subestimados. Em 2012, fui contratado pela Unesco para aconselhar o
governo sobre a implementação do decreto de acesso à informação que a
presidente tinha assinado. Entre as primeiras exigências de divulgação
feitas pela imprensa diziam respeito aos detalhes de salários e regalias
recebidas por ministros, juízes e funcionários públicos.
Isso levou a uma ação legal por
parte dos sindicatos (que haviam negociado acordos lucrativos para seus
membros) para tentar impedir a divulgação e uma resistência feroz dentro
do governo de coalizão. Quando o assunto foi levado a Dilma Rousseff
ela instruiu que a divulgação completa deveria ser feita, começando com
seu próprio pacote salarial.
Posteriormente, os detalhes
publicados revelaram que um terço dos ministros e quase 4.000
funcionários federais violavam o teto de pagamento estabelecido pela
Constituição e estavam ganhando mais do que a presidente. Recompensas
infladas eram incluídas e até um salário adicional de seis meses por
ano, contabilizados como subsídios de custo de vida ou como licença
educacional.
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