Após negar a informação de que haveria o "compromisso fechado" em torno de novas
eleições como método para barrar o impeachment no Senado, a presidente afastada
Dilma Rousseff (PT) explicou nesta quarta (29), em entrevista ao jornalista
Kennedy Alencar, que só aceitará a ideia se os senadores assim demandarem, e se
houver a aprovação majoritária de movimentos sociais e outros aliados. "Não vou
tomar essa iniciativa, como sendo minha", disse.
Dilma ressaltou que a guerra do impeachment deverá, antes de qualquer coisa,
ser travada no Senado e, se necessário, no Supremo Tribunal Federal, que
eventualmente terá a responsabilidade de julgar o mérito do pedido de
afastamento da presidente reeleita.
Dilma disse acreditar que possui, hoje, "votos o suficiente para barrar o
impeachment", mas que é muito "delicado" ficar apontando quem é contra o
afastamento agora. "Ninguém pode dizer que todos que votaram pela
admissibilidade votarão pelo mérito. Até porque muitos senadores votaram a
favor e disseram que foi exclusivamente pela aceitação do processo", lembrou a
presidente, que contabiliza 22 votos a seu favor.
Para barrar o impeachment, Dilma precisa de 28 votos. A equipe de Michel
Temer divulga nos bastidores que tem entre 58 e 60 votos a favor do
impeachment.
Na entrevista, Dilma disse ainda que está "avaliando uma carta de compromisso
à Nação". O primeiro compromisso, segundo ela, será com a democracia. Ou seja:
qualquer que seja o desfecho da crise, a recondução da petista ao mandato que
recebeu das urnas em 2014 é o primeiro passo.
"Hoje está sendo discutido se haverá proposta de plebiscito. A proposta tem
que ser de um terço da Câmara e do Senado. O que é importante para mim é manter
a unidade dos que me apoiam. São parlamentares, movimentos sociais,
intelectuais, que têm opiniões diferentes. Se os 27 senadores propuserem isso
[novas eleições] para mim, vou endossar. Mas eu não vou tomar essa iniciativa,
como sendo minha. Em qualquer hipótese, para se afirmar a democracia, passa por
um requisito: a minha volta à Presidência da República, com plenos
direitos".
Do GGN
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