Pular para o conteúdo principal

Um ano após o início da vigência da Lei Anti-Corrupção, a maioria das empresas não possui meios de combate à corrupção

Na quinta-feira, 29/01, a Lei 12.846/2013, mais conhecida como Lei Anticorrupção, completa seu primeiro aniversário. Criada para responsabilizar empresas pela prática de atos contra a administração pública, a lei ganhou relevância após a repercussão da Operação Lava Jato, com a investigação de denúncias envolvendo construtoras, ex-dirigentes da Petrobras e políticos.

“Sem dúvida, a promulgação da Lei e a exposição pública da Operação Lava-Jato promoveram um despertar para a cultura da ética e da transparência nos ambientes corporativos, em especial nas empresas que atuam comercialmente com os entes públicos”, afirma Mauricio Reggio, sócio-diretor da ICTS, empresa de consultoria, auditoria e serviços em gestão de riscos, que acaba de divulgar uma pesquisa de Avaliação do Nível de Maturidade de Compliance realizada entre setembro 2014 e janeiro de 2015 com 231 empresas que mantem operações no Brasil.

Do total de empresas pesquisadas, 61% afirmaram não ter mapeado os riscos de exposição à Lei Anticorrupção, enquanto apenas 12% afirmam possuir um Programa de Compliance efetivo que abrange os 11 itens pesquisados.

“Partindo desta estatística, observamos que há um universo muito grande de empresas que ainda precisam implantar um Programa de Compliance para a proteção de seus negócios e mitigação de riscos. Nesse sentido, temos recebido nos últimos meses maior demanda de consultas, especialmente das empresas que atuam no setor de óleo e gás”, afirma Fabio Haddad, gerente executivo da ICTS.

Apenas 35% das empresas afirmaram ter mecanismos para a avaliação de compliance de seus fornecedores e terceiros (processo de Due Diligence).

O levantamento mostra ainda que, do total de empresas pesquisadas, 41% estão sujeitas a outras legislações anticorrupção, como FCPA e UK Bribery Act, por exemplo. Contudo apenas metade delas já faz a due diligence de seus terceiros e 28% sequer possuem política anticorrupção.

Situação preocupante é também observada quando as empresas são questionadas sobre outras medidas anticorrupção, como a existência do Código de Conduta Ética. Apenas 64% das empresas afirmaram possuir e divulgar seus códigos. Contudo, 16% destas empresas não dispõem de canal de denúncia por meio do qual os seus funcionários podem reportar desvios e violações ao código e 78% não possuem medidas disciplinares para a punição de violações.

Da totalidade de empresas que afirmaram ter Canal de Denúncias (67%), 73% afirmam não possuir procedimentos para registrar e apurar as denúncias recebidas com isenção.
Dentre as empresas de grande porte (com mais de 500 funcionários), que representam 56% da amostra, 26% afirmaram não possuir ou revisar periodicamente o seu Código de Ética; 22% não possuem canal de denúncias; 37% não realizam treinamento de conscientização sobre as políticas da empresa; 43% possuem Compliance Officer; 40% não mapearam os riscos de exposição da lei anticorrupção e somente 53% possuem mecanismos de monitoramento contínuo de riscos.

“Neste momento, é importante que a empresa que não tem um Programa de Compliance, dê os primeiros passos como para implantar um Código de Conduta Ética, uma política anticorrupção, um Canal de Denúncias e realizar treinamentos internos. A partir disso, as empresas podem fazer um programa mais aprimorado que envolva todos os seus elementos”, aconselha Haddad.

Segundo o gerente executivo da ICTS, o saldo positivo deste primeiro ano de vigência da Lei Anticorrupção é a mobilização de um grande número de empresas na adoção de iniciativas de compliance. Mas, segundo ele, a pesquisa da ICTS aponta que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

“A corrupção é um risco permanente que deve ser combatido em prol da reputação e da sobrevivência das empresas”, afirma.

Do Blog do Jamildo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper