Nos últimos dois anos a Sabesp distribuiu R$ 2 bilhões aos acionistas, agora não tem dinheiro para resolver o problema da seca
Socorrida pelo governo federal, a Sabesp distribuiu gordos dividendos no mandato passado do governador Geraldo Alckmin. Foram R$ 1,96 bilhão entre 2011 e o terceiro trimestre de 2014, mostra levantamento feito pela consultoria Economática. Na média, Alckmin distribuiu 33,2% do lucro líquido da companhia no seu mandato anterior.
Nesta sexta-feira, o tucano foi a Brasília atrás de ajuda para combater a crise de distribuição de água — feita pela Sabesp em São Paulo —, e conseguiu a parceria para obras de emergência que ligarão a bacia do Paraíba do Sul ao sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana.
Uma boa gestão da Sabesp teria evitado os movimentos contraditórios de distribuir lucros e não ter recursos para obras de emergência. A seca em São Paulo é histórica, mas os R$ 2 bilhões repassados pela companhia aos acionistas fazem falta agora.
Faz mais falta ainda não ter planejado e executado avanços na infraestrutura. A política de dividendos agressiva não combina com o saneamento de São Paulo, que precisa de melhorias. A capital tem dois rios famosos que deixam isso muito claro.
Se a Sabesp tivesse feito antes a obra, os paulistas não precisariam esperar mais um ano e oito meses para que a ligação emergencial salve o sistema do colapso.
Com 50,2% das ações, o governo do Estado controla a Sabesp.
Por Miriam Leitão
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