O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) abriu processo disciplinar
contra o procurador da República Rodrigo de Grandis por manter engavetado por
quase três anos um pedido de investigação da Suíça sobre o caso Alstom em
gestões tucanas.
Em 2011, o Ministério da Justiça, chefiado por José Eduardo Cardozo, também
cobrou, em pelo menos três ofícios, que De Grandis respondesse à solicitação
sobre a investigação que envolve pagamento de propina da multinacional francesa
e outras empresas a políticos do PSDB.
O pedido da Suíça incluía buscas na casa de João Roberto Zaniboni, que foi
diretor da estatal CPTM entre 1999 e 2003, nos governos do PSDB de Mário Covas e
Geraldo Alckmin.
No entanto, o procurador, contudo nada fez para ajudar os colegas suíços em
dois anos e oito meses. Ele alegou "falha administrativa", dizendo que o
documento havia sido colocado incorretamente em uma pasta de arquivo.
O corregedor do CNMP interpretou o caso como "violação, em tese", dos deveres
de "cumprir os prazos processuais", "desempenhar com zelo e probidade as suas
funções" e "adotar as providências cabíveis em face das irregularidades de que
tiver conhecimento ou que ocorrerem nos serviços a seu cargo". (Do 247)
Leia aqui reportagem de Frederico Vasconcelos sobre o assunto.