Pular para o conteúdo principal

Um novo desenvolvimento para uma nova democracia


A atualidade da obra e do pensamento do economista Celso Furtado, dez anos após sua morte, será um dos temas do 2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado. Haverá uma homenagem ao grande teórico do subdesenvolvimento, com resgate da sua contribuição para a formação do Brasil atual e revelações de fatos curiosos e desconhecidos da sua trajetória, durante mesa redonda mediada por Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado e presidente do Conselho Deliberativo do Centro. O encontro acontecerá na tarde do dia 20 de agosto com participação de estudiosos e profissionais que acompanharam a carreira do economia e ex-ministro da Cultura.

A mesa 2004-2014: a atualidade de Celso Furtado dez anos após sua morte será formada por Afrânio Garcia (Maison de Sciences de l'Homme), Aldo Ferrer (Universidade de Buenos Aires), Almino Affonso (ex-ministro do Trabalho do governo João Goulart), Angelo Oswaldo de Araújo Santos (presidente do Instituto Brasileiro de Museus), Carlos Brandão (economista do IPPUR/UFRJ) e Luiz Felipe de Alencastro (Universidade de Paris e FGV-SP).

Segundo Rosa, é uma oportunidade de mostrar a contemporaneidade do pensamento de Celso e reafirmar o novo interesse de algumas facetas do pensamento de Celso, como seus estudos sobre a cultura: “Um dos meus esforços sempre foi o de abrir o Centro para outras áreas de conhecimento, indo além da economia. Celso sempre teve um pensamento pluridisciplinar. Mas o fulcro de suas ideias é, evidentemente, a economia. E também aí suas ideias permanecem atuais. Afinal, enquanto o subdesenvolvimento não estiver superado, a teoria está válida, ainda que vá sendo reelaborada periodicamente por outros estudiosos. Celso, como também outros cientistas sociais brasileiros, devem ser relembrados e estudados em permanência. Ter a oportunidade de reunir um pequeno grupo que acompanhou o trabalho e as atividades de Celso em vida será um grande momento”, afirma.
 
“Quanto aos arquivos de Celso, tenho consciência de que é uma herança valiosa. Acredito que o meu dever seja transmitir este patrimônio da melhor maneira, pelos meios possíveis. É prazeroso escrever sobre Celso, conheço coisas que outras pessoas não conhecem graças a nossas conversas e convívio de 26 anos. Todos os meus textos sobre ele têm necessariamente um lado muito pessoal, mas ao mesmo tempo procuro me distanciar e encontrar um equilíbrio”, completa Rosa.
 
Publicações – Nos últimos anos de vida, a pedido de Rosa, Celso Furtado releu e fez anotações em suas publicações. De posse deste material, desde 2004, ano em que o escritor morreu, a viúva e herdeira dos arquivos e espólio cultural reeditou e publicou doze livros (contando os dois que saem este ano), entre eles algumas edições definitivas, com atualizações e notas de rodapé, uma obra comemorativa sobre o cinquentenário de “Formação Econômica do Brasil” (2009), e a importante coletânea “Essencial Celso Furtado” (2012). Criou em 2008 a coleção “Arquivos Celso Furtado”, coeditada pelo Centro Celso Furtado e a Editora Contraponto, pela qual já publicou 5 livros temáticos com material dos arquivos de Celso.
 
Durante o 2º Congresso, outros dois exemplares serão relançados: Anos de Formação eObra Autobiográfica, que, de acordo com a presidente do Conselho Deliberativo do Centro, se complementam. “É um trabalho de resgate desde os anos iniciais de formação do Celso, que marcaram quem ele seria no futuro. Minha intenção é recuperar o passado e lançar novas ideias a partir de estudos deixados por ele, aproveitando os dez anos para mostrar a riqueza de seu pensamento”, destaca.
 
Anos de Formação 1938 -1948 (Editora Contraponto, 404 páginas), sexto título da coleção “Arquivos Celso Furtado”, se refere ao período dos 18 aos 28 anos de Furtado. Mostra seu interesse por questões internacionais – por meio dos textos escritos por ele quando esteve como oficial da FEB na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, e também das cartas enviadas à família durante o confronto. O livro também revela sua experiência no jornalismo, com reprodução de matérias publicadas, e ensaios inéditos retirados do caderno pessoal de Furtado; outros sobre sua paixão pela administração pública, a iniciação na ciência política.
 
 Do Centro Celso Furtado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper