A coligação do candidato Paulo Skaf (PMDB), que
disputa o governo de São Paulo, entrou na Justiça Eleitoral para barrar a
divulgação de uma pesquisa encomendada pelo Diário do Grande ABC. Segundo a
defesa do postulante, a sondagem seria favorável a Alexandre Padilha, candidato
do PT ao Estado. O argumento é que o eleitor do ABC paulista é tradicionalmente
petista. Na região, nasceu, há mais de 30 anos, o PT.
“Tal pesquisa será utilizada indevidamente para alavancar a candidatura
(de Padilha), que hoje sofre com a falta de recursos pela sua inanição nas
pesquisas”, argumentou. O jornal cobre diariamente sete cidades, sendo três
delas administradas por petistas: Mauá, Santo André e São Bernardo do Campo.
Nesta última, inclusive, ainda reside o ex-presidente Lula.
Na quarta-feira (30), repercutindo o assunto, Skaf sustentou que a coligação
tomou a iniciativa porque a pesquisa seria feita em poucas cidades e
"estranhamente estava sendo registrada como uma pesquisa estadual". A
equipe do peemedebista também questiona outro ponto técnico no levantamento:
afirma que o total de entrevistados por município não é proporcional à
população.
A edição do Estadão desta quinta (31) informa que Padilha não quis comentar a
ação movida pelo grupo de Skaf. O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São
Paulo) concedeu a liminar ao peemedebista, mas determinou que o Diário dê
continuidade à sondagem, além de explicar e alterar os pontos questionados pela
coligação liderada pelo PMDB.
Em entrevista ao Estadão, o diretor da redação, Sérgio Vieira, disse que a
atitude de Skaf é "inaceitável". "É lamentável que em um processo
democrático, um candidato que quer ser governador tente censurar um levantamento
sob o argumento estapafúrdio de que essa é uma região petista", pontuou. O
jornal do ABC recorre da decisão.
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