Com data base marcada para amanhã (1º) de agosto, trabalhadores e Correios
abriram as negociações para evitar uma possível greve a partir de 18 de
setembro. Ontem (30), a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) entregou ao presidente em exercício
da empresa, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, a lista de reivindicações da
categoria. Os trabalhadores pedem, entre outras demandas, reposição da inflação
registrada no período (6,4%), além de 8% de aumento real e 11,93% relativos às
perdas salariais do plano real. A entidade pede, também, reajuste linear de R$
300 para todos os trabalhadores.
De acordo com o diretor da Fentect, James Magalhães, os trabalhadores querem
aumento no valor do vale alimentação dos atuais R$ 28 para R$ 40, por dia; piso
salarial de R$ 3.079. “A exemplo do que reivindicamos no ano passado, queremos
também medidas contra o Postal Saúde, porque nosso atendimento médico tem
piorado sensivelmente. Vários médicos se descredenciaram por falta de pagamentos
[que deveriam ter sido feitos pela ECT]. Além disso, demora-se muito para obter
autorizações. Seja para uma simples obturação, seja para procedimentos
cirúrgicos”, disse Magalhães. Outra demanda apresentada pela federação é uma
jornada de 6 horas para atendente comercial e segurança nas agências.
“Já agendamos uma assembleia para o dia 17 de setembro. Com isso há reais
possibilidade de greve a partir do dia 18 de setembro. Para que isso não
aconteça, esperamos que a ECT comece o calendário para atender aos anseios de
seus trabalhadores”, acrescentou o dirigente sindical que reclama de a empresa
nos últimos três anos só ter negociado via Tribunal Superior do Trabalho
(TST).
A ECT informa que está
analisando as pautas e o o impacto que ela poderá causar na folha de pagamento
da empresa e identificar quais demandas podem ser atendidas. As primeiras
reuniões para negociações das pautas de reivindicações estão previstas para os
dias 6 e 7 de agosto. Por e-mail, a assessoria da empresa explica que “o fato de
não chegarmos a acordo e termos que levar o dissídio para o TST não significa
que não houve negociações. Temos feito várias negociações nos últimos três anos
com as entidades sindicais, só na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP)
foram firmados 16 acordos nos últimos 9 meses, por exemplo”.
A estatal ressalta que está “sempre aberta" ao diálogo com a representação
dos trabalhadores, o que motivou a criação da mesa de negociação, onde foram
firmados os Termos de Acordo. A ECT reitera “sua disposição para continuar a
dialogar com as entidades representativas dos empregados, com o intuito de
fechar um acordo que seja o melhor possível para todos os trabalhadores e
trabalhadoras como também para os Correios”, e que fará todos os esforços para
evitar paralisações. A entidade destaca que caso a greve ocorra, estará
“preparada para implementar o plano de continuidade de negócios, a fim de não
causar prejuízo aos seus clientes”.
Da Agência Brasil
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