Ao concluir a
primeira grande radiografia da advocacia de Estado no Brasil, os editores deste
site e da publicação não tiveram dúvida em cravar uma chamada ousada para a
obra: “O Novo Quarto Poder”, é a manchete de capa do Anuário da Advocacia Pública do
Brasil.
A pujança e a eficiência do braço jurídico da União, dos Estados e
municípios, entretanto, é vista com reservas por um dos advogados que, em 57
anos de atuação, mais projeção alcançou na história do Brasil: Ives
Gandra Martins. Para ele, o poder público não tem obrigações, só
direitos. Situação inversa à dos cidadãos. O tributarista elogia a atuação dos advogados públicos
que, segundo ele, fazem um bom trabalho, mas têm um cliente que está acostumado
a desrespeitar os direitos do cidadão.
Ícone da defesa da livre iniciativa, defensor ferrenho do capitalismo e
adversário feroz do esquerdismo em qualquer tonalidade, Ives Gandra surpreendeu
a opinião pública ao criticar publicamente e com eloquência o ‘justiçamento’ dos
acusados no mensalão — segundo ele, um conjunto de deliberações movidas
e turbinadas pelo clamor público, sem nexo com a doutrina e a jurisprudência.
Mas essa tangência eventual com o PT não passa de um ponto fora da curva no
universo das ideias desse jurisconsulto.
Convidado a opinar sobre a assimetria nas relações entre o Estado e o
cidadão, Ives castiga sem clemência a forma como o governo central exercita o
poder. O advogado afirma que o país é tributado para pagar salários do
funcionalismo e não para a manutenção do serviço público. O Judiciário, em
grande parte, diz ele, se associa na empreitada de buscar receitas que mantenham
a máquina burocrática.
Leia a entrevista no site do Consultor Jurídico, clicando aqui
Comentários
Postar um comentário