México e Holanda fizeram hoje
(29) à tarde, em Fortaleza, um jogo que só uma Copa do Mundo pode
promover. Virtualmente eliminada até os 42 minutos do segundo tempo, a
Holanda conseguiu virar o jogo ainda no tempo normal e arrancou a vaga
das mãos do time mexicano nos últimos lances. No final, o placar de 2 a 1
foi digno dos roteiros mais dramáticos de uma novela tipicamente
mexicana e dos capítulos mais marcantes da história das Copas.
Não
foi um jogo fácil para a Holanda, que precisou lutar contra o calor
cearense, o rápido time mexicano e o relógio. O México não se intimidou e
jogou de igual para igual. Um dos primeiros ataques dos mexicanos
obrigou o goleiro Cillessen a sair da área e afastar a bola com um
chutão. Aos oito minutos de jogo, a Holanda teve uma baixa inesperada. O
volante De Jong saiu lesionado, dando lugar a Martins Indi.
O
forte calor em Fortaleza parecia ser a arma dos mexicanos, que tiveram
as melhores oportunidades de gol no primeiro tempo. Usando a velocidade
como principal arma, fizeram a defesa laranja correr atrás dos rápidos
Giovanni dos Santos e Layún. Aos 13 minutos, Layún passou fácil pelo
zagueiro e cruzou na área. Giovanni dos Santos se esticou para tocar na
bola, mas não conseguiu.
Aos 16 minutos, o México chegou
novamente com muito perigo. Após tabela dentro da área holandesa,
Herrera chutou à esquerda do gol, muito perto de abrir o placar. Aos 23,
Salcido arriscou de muito longe e obrigou Cillessen a espalmar para
fora. Aos 26 minutos, a Holanda conseguiu entrar na área mexicana. Van
Persie foi lançado, dominou a bola, mas chutou para fora. A partir do
lance, os holandeses equilibraram o jogo e empurraram o México para o
campo de defesa.
Por causa do calor em Fortaleza, o árbitro fez
uma pausa para hidratação aos 31 minutos de jogo. Por três minutos, os
jogadores descansaram à sombra e aproveitaram para discutir a partida e
corrigir alguns erros.
O
ritmo não mudou após a pausa, com a Holanda tentando cadenciar o jogo e
rodar a bola e esperar a melhor oportunidade para acionar seus homens
de frente. Do outro lado, os mexicanos tentavam contra-ataques rápidos. E
assim, aos 41, o México chegou novamente com perigo. Giovanni dos
Santos aproveitou uma bola sobrada na grande área, ganhou do zagueiro na
velocidade e bateu forte para o gol, mas foi impedido pelo goleiro
holandês.
No fim do primeiro tempo, o México deu um presente para
os europeus, que quase abriram o placar. Após um erro no toque de bola
na defesa, a bola sobrou para Van Persie, que tocou para Robben, já
dentro da área. Na tentativa da defesa de se recuperar, Robben foi
derrubado. Os holandeses pediram pênalti, mas o árbitro mandou o jogo
seguir.
O segundo tempo começou como os mexicanos queriam. Logo
aos dois minutos, Giovanni dos Santos dominou a bola com categoria e, de
fora da área, acertou um belo chute, no canto de Cillessen. Os
mexicanos esqueceram do sol e do cansaço e correram como loucos para
comemorar com seu camisa 10.
Aos dez minutos, novo susto para os
holandeses. Peralta livrou-se da marcação e bateu forte para o gol, de
fora da área, mas Cillessen salvou os europeus. O resultado obrigou a
Holanda a sair mais para o jogo, agredir mais o adversário. Após
escanteio, aos 12 minutos, De Vrij, na cara do gol, chutou, para ótima
defesa de Ochoa. A bola ainda bateu na trave antes de a defesa afastar.
Era o primeiro milagre do bom goleiro mexicano, que havia fechado o gol
na partida contra o Brasil na primeira fase.
A Holanda chegou com
perigo novamente aos 15 minutos. Robben partiu em velocidade em
diagonal e tocou para Sneijder na entrada da área. O camisa 10 holandês
bateu para o gol, a bola desviou na defesa e assustou Ochoa, que
assistiu à bola passar por cima do travessão. As substituições do
treinador mexicano recuaram muito o time, chamando os holandeses para o
campo adversário. Já sob a sombra, a área mexicana passou a ser ocupada
com frequência pelos europeus. A defesa, no entanto, conseguia controlar
as ações.
Aos 28 minutos, veio o segundo milagre de Ochoa. Com
muita velocidade, sua principal arma, Robben passou pelo zagueiro já
dentro da área e bateu para o gol, à queima-roupa. O camisa 13 mexicano
saiu bem do gol e salvou o time latino mais uma vez.
Aos 42
minutos, porém, Ochoa não pôde fazer nada. Após cobrança de escanteio, a
bola sobrou para Sneijder. Livre na área, o holandês chutou forte e
estufou a rede mexicana, quando muitos torcedores latinos já comemoravam
a classificação. Começava a se desenhar uma reviravolta na história da
partida.
Quando o jogo se encaminhava para a prorrogação, o drama
mudou de lado definitivamente. Robben entrou na área mexicana e foi
derrubado por Rafa Márquez. Pênalti marcado pelo árbitro e convertido
por Huntelaar, aos 48 minutos do segundo tempo. Nem Ochoa, nem as
orações no banco de reservas latino ajudaram dessa vez.
Não havia
mais tempo para reação. Os mexicanos, que se imaginavam nas quartas de
final, tiveram que amargar a sexta eliminação seguida nas oitavas. A
Holanda, por sua vez, vai descansar e aguardar o confronto entre Costa
Rica e Grécia, hoje, às 17h. O vencedor vai enfrentar a Laranja Mecânica
na próxima fase.
Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil Edição: Wellton Máximo
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