Com uma queda de 2,1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o
último trimestre de 2013, os investimentos foram o fator da demanda que mais
contribuiu para evitar um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) no
período. Segundo dados divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o PIB teve um crescimento de 0,2%, considerado
pequeno pela entidade.
"No ano passado, os investimentos foram o grande contribuinte para o
crescimento, junto com o consumo das famílias. Nesse início de ano, já vemos a
conjugação de três fatores que fizeram com que o investimento caísse no primeiro
trimestre, que foram as quedas das importações de bens de capital, da construção
civil, em especial, a parte de infraestrutura, e também da produção interna de
bens de capital", disse a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
A queda nos investimentos, de 2,1%, foi a maior desde o primeiro trimestre de
2012, quando havia sido observado um recuo de 2,2%. Também contribuiu para o
baixo crescimento do PIB a queda de 0,1% no consumo das famílias – primeira
redução desde o terceiro trimestre de 2011 (-0,3%). O recuo ocorreu devido a um
ritmo de crescimento menor na concessão de crédito por motivos como uma taxa
básica de juros maior neste ano.As exportações também tiveram redução no primeiro trimestre deste ano, na
comparação com o último do ano passado: -3,3%. Ao mesmo tempo, as importações
subiram 1,4%, o que também prejudicou o desempenho do PIB.
O único componente da demanda que registrou crescimento na comparação com o
último trimestre de 2013 foi o consumo do governo, que aumentou 0,7% no
primeiro. Segundo o IBGE, é comum em anos eleitorais os governos anteciparem
gastos para o início do ano.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2013, os investimentos também
tiveram queda de 2,1%. Já o consumo das famílias aumentou pelo 42ª vez
consecutiva, ao registrar alta de 2,2%, devido a um crescimento de 4% da massa
salarial real.
A taxa de investimento em relação ao PIB fechou o primeiro trimestre deste
ano em 17,7%, o percentual mais baixo para o período desde 2009. Já a taxa de
poupança bruta ficou com o percentual mais baixo da série histórica para
primeiros trimestres, iniciada em 2000: 12,7%.
De acordo com o IBGE, com a taxa de poupança baixa, o país está recorrendo ao
financiamento externo para investimentos. A necessidade de financiamento externo
ficou em R$ 66,2 bilhões no primeiro trimestre, ou seja, R$ 10,3 bilhões a mais
do que no mesmo período de 2013.
Da Agência Brasil
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