Em 2005, os Correios foram o pivô do maior escândalo de corrupção da era
petista no poder, o mensalão. Agora, nove anos depois, a estatal reaparece
enredada em outro caso de potencial explosivo. A Polícia Federal, dedicada nos
últimos dias a apurar o envolvimento de funcionários públicos no esquema
desbaratado pela Operação Lava Jato, encontrou fortes indícios de que o doleiro
Alberto Youssef operou, além da Petrobras e do Ministério da Saúde, também nos
Correios. O elo entre o doleiro e a estatal é a JN Rent a Car, cujo nome
fantasia é Renacar. Esta empresa de aluguel de carros, sediada em Londrina (PR)
e pouco conhecida no mercado, embolsou, em oito anos, mais de R$ 77,5 milhões
em contratos com os Correios. No inquérito da PF, a JN aparece fazendo
transações financeiras com a MO Consultoria, do doleiro Youssef.
De 2005 até
2013, a locadora de veículos multiplicou seus ganhos nos Correios em até 20
vezes, com a ampliação e renovação automática de contratos que receberam nada
menos que dez aditivos. O proprietário da JN Rent a Car é uma figura conhecida
do meio político e policial: trata-se de Assad Jannani, irmão e um dos testas
de ferro do ex-deputado José Janene (PP), réu do mensalão que morreu em 2010 de
enfarte e que era um dos parlamentares mais próximos de Youssef.
OUTRA VEZ OS CORREIOS
Pivô do mensalão, a estatal reaparece em novo escândalo. Segundo a PF,
o doleiro Alberto Youssef usou prestadora de serviços da estatal
“Eles usavam a JN Rent a Car para lavar dinheiro”, afirmou em depoimento
exclusivo à ISTOÉ a testemunha-chave da Operação Lava Jato, o empresário Hermes
Magnus. Foi através de Magnus que a PF soube, no fim de 2008, que o doleiro
Alberto Youssef, velho conhecido dos policiais, tinha voltado a operar. Para
ISTOÉ, Magnus, ex-sócio de José Janene, detalhou como funcionava o esquema:
“Lembra os euros apreendidos com o Enivaldo Quadrado, doleiro que virou réu
do mensalão? Era para comprar os veículos dos contratos de locação com os
Correios”, disse o empresário. “Lembro do Janene comemorando o negócio e depois
lamentando a apreensão do dinheiro. Eles estão nos Correios. Na verdade, nunca
saíram de lá.” Magnus se aproximou de Janene quando buscou um investidor para
sua empresa, a Dunel Indústria e Comércio.
Ele diz ter se surpreendido quando viu
sua empresa usada como lavanderia de dinheiro no esquema de Youssef. “Para
comprar os equipamentos, eles usaram diversas empresas de fachada, a maioria em
Brasília. No início, queriam colocar tudo em nome da JN Rent a Car”, conta
Magnus.
Para ler mais, veja a matéria completa no site da Isto É clicando aqui.
Comentários
Postar um comentário