Pular para o conteúdo principal

A Defensoria Pública de São Paulo está processando o Estado em razão da violência da polícia nas manifestações

A Defensoria Pública de São Paulo está processando o Estado por danos morais coletivos causados pela repressão da Polícia Militar em protestos na capital. A ação civil pública, apresentada na semana passada, pede R$ 8 milhões para um fundo de direito de difusos - um R$ 1 milhão por uso desproporcional da força policial "com extrema violência física e psíquica" em cada uma das manifestações listadas em um dossiê entregue à Justiça. Desde dois anos antes da onda de protestos de junho, a Defensoria levantou "oito momentos históricos" que começaram em manifestações do Movimento Passe Livre (MPL), em 13 de janeiro e 17 de fevereiro de 2011. Segundo testemunhas, naquela época já havia uso indiscriminado de balas de borracha. Em 2011, também foram reunidos relatos de agressões na Marcha pela Liberdade de Expressão, em maio e em uma comemoração do Campeonato Brasileiro. 
 
No anos seguinte, a Defensoria apontou novos abusos da PM no Carnaval do Bexiga, no Protesto contra a Corrupção no Museu de Arte de São Paulo (Masp), no protesto da Estação Itaquera e, em novembro, em Paraisópolis, em um ato contra a violência policial. Os defensores fizeram um pedido de urgência para que a Justiça dê, antecipadamente, uma decisão que proíba uso de armas de fogo, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral e afaste a Tropa de Choque de perto dos manifestantes. As balas de borracha só poderiam ser usadas para legítima defesa ou proteção de alguém em grave risco de morte. Além disso, a Defensoria pretende obrigar que todos os policiais estejam identificados e não impeçam fotografias ou filmagem, sob pena de multa. 

A ação exige um plano de ação da PM em 30 dias, pelo qual não poderia haver restrição a trajetos e horários de manifestações. Outro pedido é a presença de um negociador civil e que haja tempo hábil para que ordens de dispersão do Comando Geral da PM seja cumpridas, divulgadas por alto-falantes ou carros de som. Só então a Tropa de Choque poderia intervir. 

O Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NECDH) ouviu ativistas que alegam terem sido agredidos por PMs. Um deles é o estudante de química e músico Vinicius Augusto Andrade Duarte, que participou do ato "se não tiver direitos, não vai ter Copa", em 25 de janeiro, quando um grupo fugiu para dentro do Hotel Lindsor, na Rua Augusta. Ná época, ele não representou os policias por lesão corporal, mas afirmou que perdeu três dentes e teve de passar por cirurgias no maxilar, "uma delas para segurar os demais dentes". 

A relações públicas Vivian Mendes da Silva confirmou aos defensores, no começo do mês, a versão de Duarte, que teria sido "surrado" por dois PMs. "Eles agiam de forma agressiva, batendo sobretudo sobre a sua cabeça e rosto, alvo preferencial", afirmou. Ela diz que tentou intervir para que o estudante não fosse agredido, mas um policial a impediu e gritou "cara no chão, vagabunda".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper