Partem-se de dois pontos iniciais.
O primeiro, o que o Planalto entende como articulação mídia-oposição em torno
da CPI. Ficou claro ontem – segundo fonte do Palácio – com o Jornal Nacional
preparando o terreno para o pronunciamento, em horário eleitoral, de Eduardo
Campos e Marina Silva.
O JN enfatizou a perda de valor de mercado da Petrobras, abrindo espaço para
o discurso da dupla.
No Planalto, foi visto como irresponsabilidade, desconsiderando contribuições
da Petrobras ao país, em seus 60 anos de existência, o fato de ter desenvolvido
o setor petroquímico, a produção interna de combustíveis, a prospecção
petrolífera, as riquezas do pré-Sal – que, só no campo de Libra, gerou US$ 15
bilhões para o país.
O segundo ponto – segundo o Planalto - seria a intenção de, mais uma vez,
enfraquecer a Petrobras com vistas a uma futura privatização.
Por que não o foco na Alstom e Siemens, em um escândalo de corrupção que já
envolveu trinta altos funcionários do governo de São Paulo, que contou com a
complacência do próprio Tribunal de Contas do Estado?, indaga-se por lá.
Em 2009 o governo encarou uma CPI às vésperas das eleições. Agora, outra. Só
que desta vez haverá o contra-ataque, que consistirá nos seguintes passos:
1. A CPI terá 20 parlamentares da base e 6 da oposição. Segundo a fonte,
serão escalados quadros qualificados para aprofundar nos temas.
2. Segundo a fonte, já há jurisprudência permitindo o aditamento de CPIs,
visando incluir outros temas.
3. Os temas que se pretende agregar são o Metrô de São Paulo (que tem
recursos do BNDES e do Banco Mundial); o porto de Suape, em Pernambuco; a Comgás
de Pernambuco, que faz uma ponte estreita entre o porto e a Refinaria Abreu
Lima.
A ideia será começar pelo Metrô de São Paulo, por ser o episódio mais antigo.
E convocar, de cara, o ex-governador José Serra, o atual governador Geraldo
Alckmin e políticos paulistas, como Aloizio Nunes e José Aníbal.
Segundo a fonte, essa estratégia foi acatada de forma majoritária pela
bancada.
Por Luis Nassif
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