O spread bancário e a taxa média de juros no mercado de crédito brasileiro
recuaram em dezembro, mesmo com o ciclo de aperto monetário em curso, mas o
movimento não foi visto na inadimplência.
A inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos
livres, informou o Banco Central nesta quarta-feira, ficou em 4,8 por cento em
dezembro, estável em relação a novembro e interrompendo dois meses seguidos de
queda.
Já a taxa média de juros fechou dezembro em 29 por cento, inferior aos 29,4 por cento em novembro, enquanto que o spread bancário --diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final-- ficou em 17,5 pontos percentuais, abaixo dos 18,2 pontos percentuais vistos em novembro e marcando a segunda queda seguida.
Desde agosto passado, o BC vem elevando a Selic para combater a inflação, o que acaba influenciando o mercado de crédito, bem como o baixo crescimento da economia. A taxa básica de juros está hoje em 10,5 por cento e a expectativa dos agentes econômicos é de que esse ciclo de alta não terminou ainda.
O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 2,4 por cento em dezembro ante novembro, chegando a 2,715 trilhões de reais, ou 56,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o estoque total de crédito aumentou 14,6 por cento, um pouco acima da expectativa da própria autoridade monetária, de expansão de 14 por cento.
RECURSOS TOTAIS Considerando os recursos totais no mercado de crédito, incluindo também os direcionados, a inadimplência diminuiu ligeiramente em dezembro, a 3 por cento, ante 3,1 por cento. Já os juros médios recuaram a 19,7 por cento no mês passado no geral, ante 20 por cento apurado no mês anterior, enquanto que os spreads encerraram 2013 em 11,1 pontos percentuais, 0,4 ponto percentual a menos do que em novembro.
Por Luciana Otoni, da Agência Reuters
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