As Ilhas Virgens Britânicas receberam mais investimentos estrangeiros
diretos no ano passado do que duas grandes economias emergentes juntas,
a Índia e o Brasil, de acordo com um levantamento da Organização das
Nações Unidas divulgado nesta terça-feira.
O arquipélago
caribenho, um paraíso fiscal que, não fosse por isso, dependeria do
turismo, saltou na tabela dos principais destinos de investimentos nos
últimos cinco anos. Recebeu 92 bilhões de dólares em divisas
estrangeiras em 2013, segundo estimativas preliminares compiladas pela
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Esse
foi o quarto maior total de investimentos recebido em todo o mundo. A
maior economia do mundo, os Estados Unidos, atraiu 159 bilhões de
dólares. A China, a segunda maior, captou 127 bilhões de dólares,
enquanto a Rússia, grande produtora de petróleo e metais, recebeu apenas
2 bilhões de dólares a mais do que as Ilhas Virgens Britânicas.
Brasil
e Índia ficaram mais abaixo no ranking, com 63 bilhões e 28 bilhões de
dólares, respectivamente. Para a maioria dos países, o investimento
estrangeiro direto consiste principalmente de gastos de empresas em
aquisições corporativas e em novos projetos no exterior.
Quanto às
Ilhas Virgens Britânicas, a maior parte do dinheiro é rapidamente
transferida para dentro e fora do país ou movimentada pelas contas
financeiras de grandes firmas, que a Unctad define como "corporações
transnacionais" ou TNCs.
"Nas Ilhas Virgens Britânicas há algumas
empresas financeiras que desempenham o papel de Tesouraria das TNCs,
como uma espécie de unidade de lucros ou centro de lucros", disse o
diretor da divisão de investimento e empreendimento da Unctad, James
Zhan.
"As receitas das TNCs fluem para lá basicamente de suas
afiliadas estrangeiras em países com elevadas taxas tributárias", disse
ele à imprensa.
O fluxo anual de investimento para as ilhas
aumentou 40 por cento em relação a um ano atrás e segue uma tendência
que decolou depois que a crise econômica se impôs e os governos
começaram a reprimir a evasão fiscal.
Zhan disse que provavelmente
o boom de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas não deverá
continuar no mesmo ritmo porque os órgãos reguladores estão determinados
a deter tais fluxos.
"A médio ou longo prazo consideramos que
pode diminuir", afirmou ele a jornalistas. "Os governos estão examinando
a situação e tentando reforçar seu arcabouço regulatório, tanto em
nível nacional como internacional."
O
G20 pediu à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico que
lidere os esforços de contenção da evasão fiscal internacional, e o
fórum de transparência fiscal da OCDE apontou as Ilhas Virgens
Britânicas como um dos cinco países que não atenderam aos padrões
internacionais de transparência fiscal.
Segundo a Unctad, o fluxo
global total de investimento estrangeiro direto aumentou 11 por cento,
para 1,46 trilhão de dólares em 2013. A previsão é de um aumentar para
1,6 trilhão de dólares em 2014 e 1,8 trilhão de dólares em 2015.
Da Agência Reuters
excelente post!
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