É repugnante a existência, em
nossa sociedade, de ilhas de modernidade em meio a um mundo de pobreza dos mais
diferentes tipos. Mansões e apartamentos luxuosos ladeiam favelas, cortiços e
moradias precárias. O Brasil possui uma empresa que produz aviões modernos, mas
também possui uma rede de esgoto que não chega à metade das moradias. Tem
algumas universidades respeitadas e que produzem conhecimento, mas tem 13
milhões de analfabetos (correspondente a 8,7% da população).O contraste entre o
rendimento mensal médio dos 10% mais pobres, da ordem de R$ 215 em 2012, contra
R$ 18.889 dos 1% mais ricos.
A Constituição de 1988 criou outro
país bem diferente daquele que saiu da ditadura militar, mas os contrastes, a
concentração de renda, a existência de grandes blocos de pobreza e deficiências
de diferentes naipes, natureza e magnitude não são fáceis de serem consertadas.
Muitas coisas foram feitas após a promulgação da nossa Constituição como a
estabilização de preços, melhora significativa na renda das classes menos
favorecidas por meio de programas sociais, mas ainda restam muitas coisas a ser
feitas.
O fator mais importante para
diminuir os disparates observados nos contrastes em nossas cidades é por meio
da elevação da produtividade da nossa população. Isso se obtém por meio de
investimentos pesados em infraestrutura, capital social, legislação,
estabilidade nos preços e ações sociais. Até o momento o único fator que está
sendo bem cuidado é o relativo às ações sociais, o resto é feito de forma
precária ou apenas alguns paliativos.
É fundamental que a taxa de
investimento geral de nossa economia fique entre 25 a 30% do PIB além de
cuidados mais que especiais com a educação e saúde. Isso é fundamental para que
o país cresça a taxas entre 7 e 9% ao ano de forma consistente por longo
período sem gerar inflação ou outros desequilíbrios. Infelizmente, estamos
longe de atingirmos esses resultados. Os atuais 18 ou 19% do PIB em
investimentos só são suficientes para que a economia cresça a 2 ou 3% ao ano.
Qualquer
tentativa de gerar crescimento no Brasil sem as condições descritas acima não
irá produzir os resultados esperados. Pode até crescer bem um ou dois anos, mas
os desequilíbrios logo vão aparecer e impedir o prolongamento do tempo de
fartura. Os cidadãos, os eleitores, devem pressionar as autoridades competentes
para que o Brasil seja levado ao caminho do crescimento sustentável e com
benefícios para todos, não somente para alguns grupos de privilegiados.
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