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No Brasil os problemas só existem quando ocorrem

Ao comentar as tragédias que arrasam  várias cidades do Espírito Santo e de Minas Gerais causadas pelas chuvas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), criticou na tarde deste domingo 29 a lerdeza do governo em agir contra os efeitos das mudanças climáticas.

"Infelizmente, em Brasília ainda é regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida", diz o pré-candidato à Presidência da República, em mensagem publicada em sua página no Facebook. De acordo com ele, "foi preciso uma tragédia" para que uma Medida Provisória do ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, também do PSB, que facilitava o acesso de recursos às regiões atingidas pelas chuvas, fosse publicada pelo Planalto.

"Este é o tipo de ineficiência administrativa que o brasileiro se cansou de ver, e que mostra que Brasília continua morando num Brasil bem diferente daquele que viu o povo ir às ruas no meio do ano", ataca Eduardo Campos. O governador também exalta, em sua mensagem, as medidas tomadas em sua gestão contra as enchentes. "Em Pernambuco, tomamos diversas ações para minimizar os danos causados pela chuva".

Leia abaixo a íntegra do texto de Eduardo Campos sobre a falta de medidas contra enchentes:
Olha, eu sempre digo que não adianta colocar uma tranca na porta da sala depois que o ladrão já assaltou a casa. E este é um dos maiores problemas da velha política do Brasil: os problemas só existem quando ocorrem. Não há a menor estratégia para tentar evitá-los ou reduzir seu impacto antes que eles aconteçam.

Não é segredo para ninguém que as mudanças climáticas que o mundo vem passando têm causando cada vez mais tragédias. Em Pernambuco, tomamos diversas ações para minimizar os danos causados pela chuva. Uma delas consiste na construção de cinco barragens em quatro anos, duas delas já estão em construção e não apenas irão resguardar a população local como transformar a realidade da região, atraindo empresas.

Infelizmente, em Brasília ainda é regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida. Tempos atrás, o ex-Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, do PSB, entregou à Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, uma MP facilitando o acesso dos recursos às regiões atingidas pela chuva.

Isto aconteceu em março de 2012.

A MP foi publicada somente agora, depois de passar quase dois anos parada em Brasília.
Foi preciso que uma tragédia se abatesse sobre o Espírito Santo para que finalmente o processo avançasse. Ou seja, o governo não encontrou uma solução rapidamente; a solução estava na mesa, esperando para ser lida há dois anos. Este é o tipo de ineficiência administrativa que o brasileiro se cansou de ver, e que mostra que Brasília continua morando num Brasil bem diferente daquele que viu o povo ir às ruas no meio do ano.

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