Descobrimos outros
Arefs", exclamou um secretário municipal diante da prisão, na manhã desta
quarta-feira 30, de quatro ex-altos funcionários da Prefeitura de São Paulo.
Ligados à
Secretária de Finanças na gestão do prefeito Gilberto Kassab e do secretário
Mauro Ricardo, oriundo da equipe do prefeito anterior José Serra, os quatro
presos são acusados de fazer parte de uma quadrilha que pode ter desviado mais
de R$ 500 milhões dos cofres municipais por meio do abatimento irregular de
dívidas de ISS – Imposto Sobre Serviço, o principal tributo do município.
Segundo
investigação com origem em março na Controladoria Geral do Município, criada
pelo atual prefeito Fernando Haddad, o grupo concedia "habite-se"
para grandes construtoras de imóveis por meio de recebimentos pessoais por fora
dos meios normais. Num dos casos apurados, uma construtora com dívida de R$ 480
mil de ISS conseguiu liberar a construção e entrega de um prédio recolhendo
apenas R$ 12 mil aos cofres públicos. No dia anterior à concessão do documento
liberatório, um dos presos hoje recebeu depóisito de R$ 407 mil em sua própria
conta corrente.
Entre os presos na
operação "Acerto de Contas" estão o ex-subsecretário da Receita
Municipal Ronilson Bezerra Rodrigues e o ex-diretor de Arrecadação do orgão
Eduardo Barcelos. Ambos eram do primeiro escalão da Secretaria de Finanças,
comandada por Mauro Ricardo. O secretário foi homem de confiança na Prefeitura
paulistana do ex-prefeito José Serra e permaneceu no cargo na gestão de
Gilberto Kassab.
- Não foram
indicados por mim, desviou Kassab ao ser abordado sobre as prisões.
A Acerto de Contas
apurou que os negócios ilegais sobre as dívidas de ISS eram feitos num
escritório apelidado de "ninho", que ficava a 300 metros da sede da
Prefeitura, no centro da capital. Desvios de mais de R$ 500 milhões sobre o
principal imposto municipal podem ter sido cometidos. Com o dinheiro obtido, a
quadrilha, segundo as investigações, comprou dezenas de imóveis e carros de
luxo, além de casas lotéricas. As propriedades foram legalizadas em nomes de
terceiros.
A comparação com o caso de Hussain
Aref Saab, ex-diretor diretor do Departamento de Edificações da Prefeitura,
também nas gestões de Kassab e Serra, é quase automática. Aref amealhou mais de
uma centena de imóveis em seu nome e no de familiares. Ele é acusado de ter
liderado um esquema de corrupção com grandes construtoras para liberar bem mais
facilmente a aprovação de edifícios residenciais e comerciais na maior cidade
do país.
Do 247
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