Curiosamente, um dos principais medos das pessoas, mais especificamente, de executivos pesquisados, é o medo de falar em público. Mais espantoso ainda é que das pessoas pesquisadas, dentre os medos este é em alguns casos, até superior ao medo da morte.
Por que as pessoas sentem medo de falar em público?
Não se iluda. Do mesmo modo que observamos, julgamos e rotulamos as pessoas a partir de nosso referencial, valores e temperamento, elas fazem o mesmo conosco. Quando uma pessoa se levanta para falar e coloca-se em destaque em relação às outras, quer seja com ou sem microfone, fica no foco da atenção e, automaticamente recebe como prêmio, o julgamento e a crítica da platéia.
Por isso, nasce o medo da crítica, de não se sair bem, de errar, de falar bobagem, de falhar, de causar uma impressão ruim, de esquecer, de tremer, de mostrar-se limitado ou antipático.
É espantoso que muitos desses medos são imaginários, nutridos por excesso de preocupação e perfeccionismo.
Você pode, se quiser, continuar com esse medo, pois sem dúvida ele o protegerá de situações difíceis, o fará fugir quando surgir a oportunidade de falar em público.
Por outro lado, se fizer isso, não mostrará o seu potencial e bem provavelmente lamentará essa decisão.
Mas, se quiser enfrentar essas situações com técnica e naturalidade e perceber que isso poderá lhe proporcionar possibilidades de crescimento e reconhecimento, apresento algumas sugestões que poderão fazer grande diferença no seu trabalho e na sua vida pessoal:
Prepare o assunto que tem para falar. Ninguém pode falar com propriedade e profundidade sobre um assunto que desconhece.
Procure aprender técnicas de retórica e organização de idéias. Ao menos saiba como começar, desenvolver e concluir a sua apresentação.
Fale com as pessoas (e não para elas). Isso significa olhar para elas, estar em sintonia, desenvolver a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar delas. Implica, também, em olhar nos olhos dos interlocutores e não sobre suas cabeças, nem procurar um ponto fixo no fundo da sala, nem procurar e olhar somente para as pessoas simpáticas, acolhedoras e sorridentes.
Fale com clareza. Administre a velocidade da fala, pronuncie, com boa dicção as palavras, dê-lhes a entonação devida, manifeste a emoção conseqüentemente com o conteúdo. Fale alto o suficiente para que todas as pessoas ouçam você e entendam o que está dizendo.
Use o seu corpo a seu favor e não contra. Faça gestos adequados ao conteúdo, mantenha sua postura elegante, vista-se de maneira condizente com o contexto, evite exageros ou excessos na movimentação do corpo e dos braços.
Reforce sua coragem e segurança. Encontre maneiras para reforçar a sua autoconfiança. Algumas pessoas procuram mentalizar atuações anteriores bem sucedidas, outras fazem uma oração e pedem proteção, ou fazem um exercício físico simples com fricção de mãos e movimentação do pescoço, algumas respiram fundo e harmonizam a ansiedade. Não há receitas prontas, por isso, experimente e busque a melhor forma para acalmar-se nesse momento.
Capriche na gramática e no vocabulário. Aprimore esses dois recursos sistematicamente, mesmo que não seja para sua próxima apresentação, mas para as que virão daqui por diante.
Desenvolva e cultive entusiasmo. Isso significa despertar essa força energizante, motivadora e contagiante que existe dentro de você. O ideal é que o orador transmita um rico conteúdo, demonstre sempre estar de bem com a vida e transmita entusiasmo e energia positiva.
Lembre-se, finalmente, que nenhum orador, palestrante ou professor bem sucedido nasceu pronto. Todos aprenderam e continuam aprendendo técnicas para o seu desenvolvimento.
Por Reinaldo Passadori
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