Você é feliz no trabalho? Segundo o International Stress Management do Brasil (ISMa-BR), 76% das pessoas estão infelizes no trabalho. Nunca tivemos tantos palestrantes motivacionais, livros de auto-ajuda e gestores debatendo o assunto felicidade no ambiente corporativo. Ser feliz (ou infeliz) está em alta. Mas por que será que a felicidade é uma das pautas do momento?
Passamos mais de 10h por dia no trabalho, então porque não tornamos isso prazeroso? De acordo com uma pesquisa da revista inglesa Management Today, funcionários infelizes produzem 40% menos. E para a empresa Gallup, estes mesmos insatisfeitos podem custar à economia americana até US$ 350 bilhões por ano em perda de produtividade.
Várias são as queixas: tarefas em excesso, carga horária elevada, ambiente de trabalho desfavorável, chefia ruim, remuneração insatisfatória, falta de autonomia, burocracia excessiva, entre outras. Conforme o estudo da consultoria Great Place to Work (GPTW), o salário não é a principal causa da insatisfação - e sim a qualidade de vida e o desenvolvimento pessoal. O funcionário precisa se sentir em evolução constante e saber que a organização o ajuda nesse propósito pessoal.
A geração Y (nascidos entre o final da década de 70 e meados dos anos 90) está determinada a ser feliz. Ela deseja menos horas de trabalho, mais qualidade de vida e foco na realização pessoal. Não é a toa que empresas como Google e Facebook viraram o sonho de consumo desta geração, porque elas permitem que o profissional seja quem ele é além de avaliá-lo pelos resultados e não pela roupa que veste ou quaisquer outros quesitos. As empresas deveriam investir mais na felicidade dos seus colaboradores já que isso gera retorno em inovação, engajamento, clientes mais satisfeitos, menos acidentes e muitos negócios.
Muitas empresas já oferecem benefícios que contribuem para a felicidade de seus funcionários como horários flexíveis, creche, academia de ginástica, cursos diversos, aulas de yoga e pilates, vídeo games, etc. No entanto, tudo só gera felicidade se vier junto com cultura respeitosa. Se o líder não cumpre com os valores da empresa, não é acessível e não respeita a qualidade de vida das pessoas, como os liderados serão felizes? A organização que entende que o seu funcionário é o seu maior patrimônio reterá os melhores talentos do mercado.
O profissional feliz contagia a equipe e trata bem os clientes, reflexo do clima de dentro da empresa. Existe uma máxima no mundo dos negócios que diz: as pessoas fazem negócios com pessoas que gostam. Quem não prefere se relacionar com pessoas felizes? Fazer o que se gosta é o primeiro passo para ser feliz. Se você não projeta a sua vida, alguém irá projetar para você. E talvez você não goste da idéia que eles têm de felicidade.
Fundamental alinhar as expectativas do funcionário e da empresa. Contratar profissionais com os valores da cultura da organização é imprescindível para melhorar a felicidade interna. Líderes devem deixar de lado a vaidade e ouvir mais. Permitir que os colaboradores tomem decisões. Estas são algumas formas de atrair talentos e manter as pessoas engajadas
Investir na felicidade do funcionário é cuidar da saúde da empresa. E as organizações terão que se adaptar às novas gerações, pois elas serão intolerantes com a infelicidade atual. As melhores empresas têm feito da felicidade a estratégia de gestão e a receita para o sucesso.
Por Ronald Santiago, Empresário e Administrador, especialista na área de vendas e marketing
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