Sócios do Banco BTG Pactual, André Esteves e Pérsio Arida tentaram traçar um quadro mais otimista da economia brasileira para investidores, em palestra realizada hoje em Brasília. Segundo eles, ao elevar a taxa básica de juros (Selic), de 8,50% para 9,0% ao ano, o Banco Central passou a fazer o dever de casa, já que sinaliza aos agentes econômicos um compromisso consistente com o combate à inflação.
rida destacou, porém, que, pela suas contas, a Selic terá de subir mais, ficando entre 9,5% e 10% ao ano. Esse, segundo ele, seria o nível ideal para que, aos poucos, o Comitê de Política Monetária (Copom) consiga levar, gradualmente, a inflação para o centro da meta, de 4,5%, e restrinja o repasse da alta do dólar para os preços.
Ele ressaltou que o aperto monetário não está restrito ao Brasil. Na semana passada, a Turquia, que está vendo a sua moeda, a lira, tomar uma sova, elevou os juros em 0,5 ponto percentual. A Indonésia deverá seguir na mesma direção. Essa é a forma que os BCs dos países emergentes encontraram para minimizar a fuga de recursos para os Estados Unidos, diante da perspectiva de redução dos estímulos dados pelo Federal Reserve (Fed).
Arida e Esteves acreditam que a alta do dólar agora é diferente da verificada em 2008, quando a disparada foi mais especulativa. Agora, a valorização da moeda norte-america veio para ficar. Por isso, é bom o BC se preparar, pois há um potencial represado de repasse de dólar para a inflação de um ponto percentual.
Esteves acrescentou que, finalmente, a presidente Dilma Rousseff dedidiu se aproximar do empresariado e a fazer uma política fiscal mais consistente. Mas isso, por enquanto, não será suficiente para retomar a confiança do capital. Não na proporção esperada pelo Palácio do Planalto, porque não foram feitas as reformas estruturais que o país tanto precisa.
Ele reforçou que espera um bom resultado para os leilões de concessões, com os quais o governo quer destravar os investimentos em infraestrutura.
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