Pular para o conteúdo principal

A dor do sofrimento emocional é cruel e massacrante, mas é preciso dominá-la

O sofrimento é inevitável na vida, mas não significa apenas desconforto. Pode ser utilizado como força positiva para o desenvolvimento da personalidade. Uma vida sem dor, se tal fosse possível, seria apenas parte de uma vida, considerando que sofrimento e alegria são, quase sempre, correlatos, às vezes dependendo um do outro.

A dor emocional é produto do próprio homem. Não surge, como se pensa, das ações dos outros ou de acontecimentos infelizes. É resultado da reação, do valor ou da importância que se dá aos mesmos. Cada pessoa é diretamente responsável por seu próprio sofrimento.

Porém, há muito a se aprender com sofrimento. Há pessoas que condenam a ideia de sofrer e a consideram algo absolutamente negativo. Procuram fugir da realidade. Engolem, literalmente, inumerável quantidade de pílulas por dia, apelam para o álcool e para as drogas. Chegam até a fazer opção por um estado psicótico como fuga total dos aspectos dolorosos da realidade.

Desconhecem, no entanto, que a dor é uma força dinâmica que pode ajudar a alcançar a percepção. O processo de crescimento humano é, de alguma forma, resultado da dor. Não fosse a dor física não se saberia quando surgem às doenças. A morte seria aumentada consideravelmente. A dor, embora desagradável, é um alerta para o fato de que há falha no sistema, que exige atenção urgente.

O mesmo acontece com o sofrimento moral. Trata-se de uma ponte que permite alcançar o outro lado da existência, possibilitando alternativas que ajudam a vencer os obstáculos.

Existem, todavia, aqueles que permitem a si mesmos tornarem-se apáticos, afastando-se de todos, excluindo-se completamente do processo de interação humana. Optam pelo isolamento, mesmo que a solidão seja mais rigorosa do que a aceitação da doença e do processo de cura.

Outros se agarram à dor com grande energia psicológica, negando toda e qualquer possibilidade do viver ativo. Muitos carregam sofrimento inútil a vida inteira – um sofrimento que nunca foi enfrentado e que, com o passar dos anos, acumula amargura, medo, ódio, desprezo, vingança; isto, mesmo depois da dor e suas causas terem desaparecido. O sofrimento serviu apenas para tornar essas pessoas desconfiadas, insensíveis e céticas.

Por outro lado, aqueles que possuem coragem e determinação consideram o processo de sofrer como um mecanismo positivo capaz de mudar o rumo de suas vidas, como parte integral de seu desenvolvimento. Sabem que a dor não pode ser excluída da existência, mas sabem também utilizá-la como instrumento para lapidar suas almas, tornando-se exemplo de superação a tantos quantos vivem em estado parasitário de insatisfação e revolta.

Por Edilson Santana - Promotor de Justiça

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper