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Uma das principais culpadas pela violência é a própria sociedade

Os violentos atos de vandalismo nos protestos pelo Brasil afora mostram o desejo de alguns de extravasar suas pulsões reprimidas de agressão, mas alguns estão ali manipulados por “grupos de pressão” ainda não identificados que têm teleologia desconhecida. A violência dá prazer em quem a pratica, pois ninguém faz nada sem sentir prazer, salvo sob coação. A “glorificação” das lutas do UFC/MMA na televisão é a prova cabal de que alguns dos nossos telespectadores são masoquistas, pois assistir à pancadaria e ao sangue derramando pode estar dando prazer neles. Curiosamente as salas dos cinemas lotam quando os filmes são de ação — eufemismo para violência descomedida —, revelando cinéfilos ávidos por violência, mas que reclamam sem parar da violência no cotidiano das cidades.



A descoberta das pulsões por Sigmund Freud (1856-1939) — traduzida erroneamente do alemão “Trieb” para “instinto” pela escola inglesa e somente depois descoberto o erro —, ajuda a entender várias situações de violência do cotidiano individual e coletivo, exemplo: a violência no futebol. Há uma explicação psicanalítica para a batalha no futebol antes, durante e depois das partidas, pois na linguagem bélica utilizada nesse esporte vê-se a pulsão de agressão e a de dominação, pois há nos times o “capitão”, o “artilheiro”, jogadas são “armadas”, há também a “morte súbita”, o “mata-mata”, o “mando de campo”, as “barreiras”, o “domínio” da bola, o “tiro de meta”, a “defesa e o ataque”, as “estratégias e táticas”, a “bomba” para designar um chute forte e os “gritos de guerra” das torcidas e dos jogadores.



Sem saber, talvez, a sociedade alimenta a violência de que tanto reclama e chora sem parar quando atinge algum de seus entes queridos. A violência cotidiana é uma questão cultural, mas não há evidências de que haja o desejo coletivo de exterminá-la por completo…

Por Luís Olímpio F. Melo



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