As pessoas integrantes tanto da direita quanto da esquerda no Brasil tentam manipular a população com mentiras
Por
Frederico
Fontenele Farias, Jornalista
Quando
a esquerda pisa na bola e a direita comete pênaltis, ou vice-versa, no Brasil, acabam,
cada uma, quebrando a cara. O espaço é limitado aqui para reproduzir todas
essas infrações ideológicas bilaterais, mas podem ser resumidas. A intentona
comunista em 1935 e o levante dos integralistas em 1938 resultaram só em mortos
e torturas em quem sobreviveu. Em 1966, dois militantes mentecaptos do grupo
Ação Popular (AP), da canhota radical, deixaram uma valise-bomba no Aeroporto
dos Guararapes, no Recife, para explodir na presença do candidato a presidente
biônico da República, marechal Arthur da Costa e Silva. O alvo nem pisou no
terminal e o artefato matou um contra-almirante e um jornalista. O resultado só
favoreceu a repressão e o retrocesso do regime vigente.
Em
1981, dois militares metempsicóticos da extrema destra do Exército, lotados no
Doi-Codi carioca, transportaram em carro Puma (olha o trocadilho), na capital
fluminense, um explosivo ao Riocentro, onde havia show em benefício do PCB. O
petardo detonou sobre a genitália de um sargento carona, que morreu. O capitão,
condutor do veículo, escapou ferido e continuou a carreira nos quartéis até
coronel. Mas, dessa vez, o processo de reabertura democrática ficou
irreversível.
Em
1977, a falta futebolística foi do governo Ernesto Geisel. Forçou a junta
militar do Uruguai a expulsar daquele país o exilado ex-deputado federal Leonel
Brizola. Viajando seguidamente aos Estados Unidos e à Europa, Brizola começou a
ter contatos com personalidades como Edward Kennedy, Mário Soares, François
Mitterrand e Willy Brandt. O incendiário de 1964, nunca votado por este
colunista, retornou ao Brasil anistiado em 1979, credenciado pela elite
supracitada da social-democracia.
Um
efeito Brizola pode favorecer a filóloga e blogueira cubana Yoani Sánchez
(foto). Nem sou advogado de defesa nem de acusação da dissidente. Mas, o
charivari que claques do PCdoB e do PT aprontaram no Brasil contra ela, nesta
semana que termina, corre o risco de lhe proporcionar maior cacife. Se se tenta
queimar Yoani tanto assim fora da ilha natal, a visitante pode ser promovida
pela opinião pública mundial na Aung San Suu Kyi de Cuba. Essa mais famosa
oposicionista birmanesa se opôs tanto, inclusive da prisão, à então ditadura
militar esquerdista do atual Mianmar que foi libertada em 2010, sendo eleita
deputada.
Os
pecedobistas e petistas que hostilizaram Yoani no Brasil a classificam de a
serviço da Agência Central de Inteligência (CIA), em Washington. Escamoteiam
que doutrinadores deles acreditaram em 1964 no marinheiro Anselmo, possível
agente provocador da CIA na ocasião. A partir de 1971, Anselmo delatou
companheiros da esquerda, entregando a própria companheira paraguaia grávida,
Soledad Viedma, morta sob torturas do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
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