A ganância por recursos de muita gente da área da
educação e de pessoas que são direta ou indiretamente induzidas a verem como
única saída para o setor educacional do país o aumento de recursos despendidos deveria
ser guiada por parâmetros mais racionais. Para essas pessoas, só se resolve a
educação no Brasil com mais verba. Na verdade, querem dobrar a verba no país gasta
atualmente com o ensino. Querem que a educação tenha mais recursos do que a
saúde. Não me parece algo razoável.
Os problemas com gastos na educação no país são de
outra ordem. Passam por bom planejamento e eficiência na execução desse
planejamento e alocação de recursos de forma adequada. Atualmente, o governo
gasta uma fábula de 5,1% do PIB com educação, há uns seis anos eram 3,9%. Estão
querendo chegar a 10% do PIB daqui uns dez anos. Certamente isso levaria outros
setores do governo a terem sérias dificuldades em atenderem demandas da
sociedade, dadas as sérias dificuldades que se tem de aumentar a carga
tributária no país que já tem uma das maiores taxas impostos e contribuições do
mundo.
Nos últimos anos, o governo federal aumentou
significativamente os seus gastos com educação, passando de R$ 29,2 bilhões em
2007 para R$ 55,5 bilhões em 2011. Somente com as universidades federais, os
gastos nesse mesmo período saltaram de R$ 15,9 bilhões para R$ 22,5 bilhões.
Todos esses valores são corrigidos pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços
Disponibilidade Interna). Esses gastos deveriam ser muito melhor direcionados,
com resultados muito melhores em termos de qualidade no ensino no país.
No andar da carruagem, teremos aumentos sucessivos
de gasto muito além do que seria adequado, considerando as várias outras
demandas prioritárias do país. Elevar os gastos com educação como o governo
está fazendo e mais que isso para, para os 10% do PIB não é a solução para o
Brasil. Poderemos ter uma nação de doutores desempregados ou subempregados.
Veja o caso de Cuba e outros países parecidos, onde se gasta cerca de 14% do
PIB com educação, mas o país é muito pobre. Lá quase todo mundo tem nível
superior.
Os países mais desenvolvidos nos mostram que gastar
10% do PIB com educação não é a solução. A média do gasto com educação nos
países da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo constituído
praticamente de países ricos, é de 4,8% do PIB. Países com alto nível de
desenvolvimento possuem gastos com educação em termos do PIB menos do que o
Brasil gasta. Por exemplo, o nível dos gastos com educação como proporção do
PIB em países com alto nível ensino é bem inferior ao que o Brasil pratica
atualmente. Veja alguns exemplos: de Japão (3,3%), Alemanha (4%), Coreia do Sul
(4,5%) e Canadá (4,6%). A proposta é muito superior ao que se aplica nos três
melhores países do mundo na área da educação, Suécia (6,7%), Noruega (6,4%) e
Finlândia (6,1%).
Outro
exemplo é a China. Lá se gasta menos de 4% do PIB, mas a educação é um dos
motores do seu fortíssimo desenvolvimento. De 1990 para cá, a taxa de
analfabetismo caiu de 22,8% para 5,7% da população adulta, no Brasil a taxa de
adultos analfabetos é de 9,7%. Nos últimos dez anos, o número de jovens
chineses nas melhores universidades do mundo multiplicou-se por dez. Por
exemplo, em 2009, havia 120 000 chineses em escolas norte-americanas, a maior
parte em cursos de pós-graduação. Naquele ano, existiam 7.500 brasileiros estudando
nos Estados Unidos, a metade em pós-graduação.
Não
existe nenhuma dúvida que educação é muito importante para o desenvolvimento,
progresso e sucesso de uma nação. Mas, ao mesmo tempo, é muito importante que
os gastos para o setor educação tenha vazão com a máxima eficiência e sejam
executados maximizando os resultados e minimizando os desperdícios de toda
natureza. Ter pessoas bem preparadas, bem formadas é um dos pré-requisitos para
que o país possa crescer de forma sustentada sem problemas relacionados ao
fator mão de obra. Evidentemente que existem outros pré-requisitos tão
importantes quanto a mão de obra de uma nação. Não adianta ter todo mundo bem
preparado, com excelente formação se esses outros fatores não estiverem
presentes. A racionalidade nos gastos com educação no Brasil deve ser
preservada, sob pena de faltar os outros fatores indispensáveis para o nosso
desenvolvimento.
É,desse jeito que a educação está não são favoráveis que mais gente se forme e questionem os seus direitos né?é um absurdo ter que ouvir,ler,esse tipo de cometários despótico.
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