A democracia brasileira tem um
custo não desprezível e podendo chegar a dezenas de bilhões de reais a cada
ano. Esse custo enorme refere-se ao valor gasto com os representantes do povo
no legislativo em suas três instancias. É no legislativo que o povo tem voz e
vez, muito embora isso fique apenas no papel dada a escassez de demandas da
sociedade atendidas por meio dos nossos parlamentares. O legislativo deveria
custar menos e produzir muito mais do que de fato produz. Muito embora as
demoras e as dificuldades em votações e aprovações são frutos, muitas vezes, do
debate político e da própria democracia, não se pode admitir tanta ineficiência
no nosso legislativo.
O legislativo municipal é um pouco
diferente das Assembléias Legislativa e mais ainda do Congresso Nacional. Nas
Câmaras Municipais parece que a ineficiência está mais presente do que nas
casas legislativas das outras instâncias de poder. Muitas vezes, são dominadas
por grupos políticos que as impedem de realizar uma das tarefas mais
importantes do legislativo: fiscalizar o executivo. Muitos vereadores são
totalmente dominados pelo prefeito, sendo apenas carimbador dos desejos do
executivo. Na votação do orçamento votam exatamente como o prefeito quer, fato
que se repete em todas e quaisquer votações. O que é mais grave, na maioria das
vezes isso ocorre mediante benefício próprio. Assim, seria muito melhor que não
existisse essa vaga de vereador.
Neste ano de 2012, com as eleições
municipais, esse problema deveria ficar mais em evidência, mas para dificultar
nas escolhas dos eleitores são ocultados e mostram outra cara como se as
tivessem. Nas asas de candidatos a prefeitos ficam que muitas vezes os
patrocina com campanhas caras esses vereadores conseguem se reeleger
facilmente. De acordo com do Tribunal Superior Eleitoral, os gastos de 194
candidatos a prefeito nas 26 capitais chegarão a R$ 1,26 bilhão. Se
contabilizar todos os municípios brasileiros, serão dezenas de bilhões reais
nas campanhas para prefeitos e vereadores que certamente serão tirados de algum
lugar, muitos desses recursos não sairão dos bolsos dos candidatos.
Nesses dias que antecedem as
eleições observa-se a quantidade enorme de candidatos a vereador em todos o
municípios brasileiros. O número de candidatos a vereador registra um aumento
de 87 mil em relação à última eleição municipal, chegando aos 435,8 mil. Em
razão de mudança constitucional, em 2009, quando o Congresso Nacional ampliou o
número de cadeiras nas Câmaras Municipais e neste ano serão eleitos mais 5.405
vereadores. Isso levará a um custo muito alto para a sociedade brasileira que é
quem paga a conta. A grande pergunta é: Será que vale a pena pagar tanto
dinheiro para o legislativo brasileiro? Não seria melhor ter um legislativo
mais enxuto, mas dinâmico e mais eficiente?
O que motiva o ingresso na
política é algo que deveria servir de comemoração e incentivo, mas os
resultados dos que estão exercendo mandato são extremamente desanimadores que
nos deixam sérias dúvidas quanto a isso. De missão a política virou profissão.
Os políticos tornaram-se profissionais. Foi dessa forma que a representação
popular passou a ser um negócio vantajoso e altamente lucrativo para quem está
no poder. A democracia como o governo do povo, pelo povo e para o povo, como
ensinava Abraham Lincoln, abriu espaço para algo mais: e o governo para mim
também.
Não resta dúvida que o legislativo
é importante e que a sua existência é essencial para a democracia e a
representação do povo brasileiro, mas o que deve ser combativo é o uso do
legislativo para benefício próprio, práticas não éticas, enriquecimento
ilícito, ineficiência e desvio de finalidade. Os preceitos que regem democracia
devem está presentes no cotidiano do legislativo, algo que pouco se observa no
cotidiano. A responsabilidade dos legisladores para com a população que os
elegeu é maculada e não praticada, fazendo muitas vezes do cidadão vítima da
esperteza e caráter de quem acreditava que fosse ético e honesto.
Incrível, não é mesmo? Mais um excelente texto, Francisco. E muito pertinente nesta época em que se aproximam as eleições. Muitas pessoas desconhecem essa ineficácia do legislativo, aliás, mal sabem como funciona, tao pouco se interessam em
ResponderExcluirsaber. Depois criticam! De fato, uma das funções mais importantes do legislativo é fiscalizar o executivo. E é inaceitávell que os vereadores não tenham poder de ação, concordo com o texto: seria melhor que nem houvesse vereador então. Ética e honestidade é o que precisamos! Abraços!!
É, Francisco, você tem razão. O quê nós precisamos fazer, para ter uma reforma política? É preciso mudar muita coisa. Ficar só reclamando não dá. Um abraço
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