A sociedade é dinâmica e
mostra isso por meio das estatísticas relacionadas ao comportamento,
rendimento, emprego, expectativa de vida, escolaridade, etc. das pessoas que
vivem em determinada cidade ou estado ou país. Recentemente o IBGE divulgou
dados relativos ao Censo de 2010 quando todos os brasileiros foram
entrevistados por recenseadores contratados especificamente para essa
finalidade. Os números apresentados mostram que o Brasil está passando por
mudanças significativas em sua população, que retratam não somente o aumento
dos rendimentos das camadas mais baixas da nossa sociedade, mas também mudanças
de diversas ordens, magnitudes e natureza.
Em 2010, o número de
mortalidade infantil (crianças de zero a um ano de vida) foi 15,6 para cada
1.000 bebês nascidos vivos, representando uma queda de 58,6% em relação ao ano
de 2000. Por outro lado, a taxa de fecundidade das mulheres brasileiras
diminuiu 20,1% na última década, passando de 2,38 filhos por mulher para 1,9 no
ano de 2010. Esse número é menor do que o considerado suficiente para manter o
número da população estável, que é de 2,1 filhos por mulher. Outra mudança
observada é que as mulheres estão tendo filhos mais tarde. As mulheres com
idade entre 15 e 19 anos em 2000 tiveram 18,8% dos filhos nascidos naquele ano,
em 2010 tiveram 17,7%. As que tinham entre 20 e 24 anos, representavam 29,3%
das mães que tiveram filhos naquele ano e por 27% em 2010. Ao mesmo tempo, as
mulheres mais velhas passaram a ser mães da maior quantidade de crianças
nascidas nos últimos anos.
Observa-se uma maior
quantidade de pessoas frequentando escola, mas ainda existem 3,1% de crianças
de adolescentes com idade entre 7 e 14 anos fora do ensino. O setor público é o
grande responsável pelo ensino, representando 78,1% de todo ensino de creche,
fundamental e do equivalente ao segundo grau ofertado no país. Em uma década a
população brasileira analfabeta ou com o ensino fundamental incompleto passou
de 65,1% para 50,2% dos brasileiros com idade acima de 10 anos de idade. O
percentual de pessoas com pelo menos um curso superior quase que dobrou na
última década, passou de 4,4% para 7,9%. Apesar desse avanço tem que ser
levando em conta dois fatores: a qualidade do ensino superior é muito baixa e a
quantidade é muito inferior ao de países ricos que além da qualidade média ser
muito superior à nossa, o percentual de pessoas adultas com nível superior é
maior que 30%.
Quanto ao rendimento, em
2010, as pessoas com rendimento de até um salário mínimo era de 32,7% da população
ocupada, 3,1% recebiam mais de 10 salários mínimos e 0,9% recebiam mais de 20
salários mínimos. Naquele ano, 21,5% das pessoas ocupadas trabalhavam por conta
próprias, dez anos antes eram 23,5%. Os que eram empregados com carteira
assinada representavam 63,9% dos ocupados no país, uma década antes eram 54,8%.
Em 2010, 52,2% das pessoas que trabalhavam fora de casa levavam entre seis e
trinta minutos para percorrerem o trajeto de casa para o trabalho. Já 11,4% dos
trabalhadores levavam mais de uma hora para chegarem ao local do trabalho.
Outra mudança que observamos
no cotidiano e que o IBGE nos mostra em números é a quantidade de pessoas que
vivem maritalmente, sem serem casados, vivem na chamada “união consensual”. Os
casamentos estão diminuindo, ou a duração dos casamentos está ficando mais
curta, e as uniões consensuais estão aumentando. A união consensual
representava 36,4% dos casais no Brasil, em 2000 esse percentual era de 28,6%.
No contraponto, o percentual de casais casados no civil ou no religioso ou nos
dois passou de 49,2% em 2000 para 42,9%.
Por diversos motivos o povo
brasileiro está mudando. As características visíveis nas décadas de 1970 e
1980, por exemplo, estão desaparecendo. As pessoas estão tendo outras preocupações,
estão vislumbrando um novo futuro para si e para os seus familiares e estão
cada vez mais acompanhando a dinâmica e os progressos já obtidos por sociedades
contemporâneas mais avançadas. As perspectivas dos jovens da atualidade são bem
diferentes das dos jovens de vinte anos atrás, hoje ele vislumbra um futuro
mais promissor do que os jovens do passado vislumbravam. O povo brasileiro, as
nossas autoridade e líderes não podem deixar que essa dinâmica, notadamente
aquela que consubstancia na melhora de vida do povo, tenha continuidade. Independentemente
de quem esteja no poder, no político e no econômico, deve existir uma meta que
seja mais importante de todas as outras metas que é a de melhorar sempre a vida
dos brasileiros.
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