Pular para o conteúdo principal

A produtividade do trabalho do brasileiro e as diferenças entre os setores da economia

O progresso, o aperfeiçoamento, o aprendizado, o conhecimento e a novas tecnologias elevam a quantidade que cada pessoa pode produzir por tempo de trabalho em sua atividade. A chamada produtividade do trabalho é um dos fatores determinantes para a riqueza e a renda das pessoas, das empresas e do país, quanto mais de produz, em termos de valor, exercendo a mesma atividade com o mesmo tempo de trabalho, mais se tem em rendimento.  Claro que se espera que a produtividade sempre esteja aumentando, nunca retrocedendo. Sempre se espera produzir mais com o mesmo tempo de trabalho despendido. Como está a produtividade do trabalho na economia brasileira? Está crescendo, diminuindo ou estável? Quais são os ramos de atividades em que a produtividade mais aumenta? Quais são as áreas em que se tem as maiores produtividades?

Para ficar mais claro da importância da produtividade em cada um dos setores da nossa economia, faz-se necessário apresentar a distribuição dos empregos e da produção em cada um dos grandes setores da economia brasileira. Considerando o ano de 2009, os serviços eram responsáveis por 67,5% do valor adicionado na economia (o PIB) e por 62,1% da mão de obra empregada em todo o país, a indústria era responsável por 26,8% do produto e por 20,5% da mão de obra e a agropecuária era responsável por 5,6% do produto e por 17,4% da mão de obra empregada no Brasil.

De acordo com um trabalho recentemente divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), a produtividade do trabalho no Brasil tem crescido, mas não na magnitude esperada, considerando a economia como um todo e o período de 2000 a 2009. A produtividade do trabalho é nada mais do que o valor da produção realizada em um período (um ano, por exemplo) dividido pela quantidade de trabalho empregada nesse produto. Nesse período, a produtividade do trabalho cresceu em média, por ano 0,9%, considerada uma média baixa, ainda mais considerando que um dos três grandes setores apresentou diminuição em sua produtividade nesse período. Nesse período de dez anos quem teve o maior aumento na produtividade do trabalho foi a agropecuária que passou de uma produtividade de 3,3 em 2000 para 4,7% em 2009, representando uma variação positiva por ano, em média, de 4,3%.  Os serviços passaram de uma produtividade de 14,8 para 15,5, um aumento de 0,5% por ano, e a indústria passou de 18,4 para 17,4, uma diminuição em sua produtividade de 0,6% por ano.

Na verdade, existem subsetores com produtividade muito superior às mostradas acima para cada um dos grandes setores, mas não são muito significativos, em termos percentuais, para a economia como um todo. Um exemplo é a indústria extrativa que possui uma produtividade de 81,1, mas representa apenas 1,8% do PIB e 0,3% da mão de obra no país. Por outro lado, existe o setor mais dinâmico em termos de aumento de produtividade que é o setor agropecuário, mas tem uma produtividade ainda bastante baixa. É preciso que se aumente a tecnologia empregada nas atividades, são as atividades onde se tem os maiores progressos na tecnologia em que se encontram os maiores aumentos na produtividade do trabalho. Deve-se, portanto, criar melhores tecnologias e preparar os trabalhadores para utilizar da melhor maneira possível essas novas tecnologias, aumentando o produto, a renda e o bem estar do povo brasileiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete...

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), me...