Para traçar o perfil de um país desenvolvido é necessário que certos requisitos estejam presentes na sociedade e nas pessoas em geral. Ter um nível de renda razoável, ter um parque fabril respeitado, ter um alto grau de produtividade média do trabalho, ter liberdade de ir e vir e ter serviços de saúde e educação de alta qualidade são as condições mais importantes para caracterizar uma sociedade considerada rica. Nesse sentido, pode-se dizer que o Brasil é um país rico, desenvolvido? É importante a participação do governo para elevar o grau de desenvolvimento do Brasil? O Brasil está vivendo um processo de desindustrialização?
O Brasil tem tido nos últimos anos características muito parecidas com as que são próprias de países desenvolvidos: diminuição da participação do setor agrícola no PIB, aumento significativo do setor serviços na economia fazendo, inclusive, que também ocorra uma diminuição na participação da indústria no produto. Ao observarmos as estatísticas, verifica-se que esse processo está ocorrendo no Brasil, mas desprovido de um fator importantíssimo: o aumento vertiginoso da produtividade do trabalho. Observa-se um aumento muito tímido da produtividade nos últimos anos, exceto alguns ramos não muito significativos calcados em tecnologia de ponta. Nos últimos onze anos a produtividade do trabalho na indústria deve uma queda de 0,6% ao ano, em média. No setor de serviços, que corresponde a quase 70% de nossa economia, a produtividade do trabalho nesse período tem crescido somente 0,5% ao ano, em média.
Um processo de desindustrialização saudável poderia ocorrer com os serviços crescendo muito mais do que a indústria e a agricultura em razão das altas rendas obtidas pela população que busca serviços dos mais diversos tipos para saciar desejos originados da disponibilidade de recursos que antes estavam ausentes da vida da grande maioria da população. Nessa situação, a indústria e a agricultura crescem, embora a taxas altas, mas inferiores às dos serviços. Obviamente, não estamos presenciando no Brasil atualmente um processo exatamente igual ao descrito acima. Apesar de parecido, com grande contingente de pessoas que entraram na sociedade de consumo, de nossa economia ter despontada como as maiores do mundo e ter estrutura parecida com a de muitos países desenvolvidos, ainda falta muito.
Poderíamos estar em um patamar muito mais elevado se tivéssemos tido um bom senso e adotadas algumas medidas de ordem econômica. A política cambial tem sido um dos principais entraves para a economia brasileira. Se por um lado ajuda a combater a inflação, por outro, eleva significativamente a competitividade da nossa indústria e serviços no exterior. As taxas de juros elevadas fazem dos investimentos, algo imprescindível para o crescimento e o desenvolvimento, quase proibitivo dada a competição desleal das taxas de juros absurdas praticadas no Brasil. A diminuição dos investimentos externos diretos verificados nos últimos anos, principalmente na indústria, também tem contribuído para diminuir o nosso ímpeto para o desenvolvimento. O nível da poupança no Brasil está muito baixa, é preciso aumentá-la para que possamos investir muito mais (em uma situação com juros mais baixos). A sensatez dos nossos governantes deveria estar a serviço do povo no sentido amplo com aplicação de políticas voltadas para o desenvolvimento de verdade.
É incrivel como as coisas acontecem...
ResponderExcluirDepois do governo Lula, e agora no da Dilma, todos que apoiavam o FHC e Serra, tem receitas milagrosas para o desenvolvimento do país. Estão descobrindo a América e inventando à polvora. Uma grande piada.
Apenas me pergunto algumas coisas, embora saiba as respostas:
-Porque o PPS, PSDB, PFL (vulgo DEM) e PV nunca apresentaram um plano de desenvolvimento para o Brasil, que fosse realmente viável e aceitável interna e externamente.
Porque nunca pensaram em incluir os mais de 30 milhoes de miseráveis na roda da economia de consumo, e de acesso aos bens e serviços?
-Porque não se preocuparam com a inclusão educacional nos três níveis, inclusive com bolsa de estudos no exterior, para suprir a carencia de mão de obra especializada em determinadas áreas?
-E o SUS? - A herança que deixaram foi o total sucateamento, falta de regulamentação e controle.
-Na área da agricultura só se preocupavam com o agronegocio (os fazendeiros e a UDR) e quase acabaram com a economia familiar, que é de fato o setor que produz quase tudo que vai para a mesa da população.
-As universidades públicas? Todas sucateadas, com fugas de cérebros para o exterior e sem a garantia de acesso aos aluno de baixa renda.
-A área de segurança, em especial a PF. Completamente desaparelhada, sem uma atuação expressiva na área de inteligência e outras precariedades.
-Servidores públicos: 8 anos sem um único reajuste, nem para cobrir a inflação do perído. Total ausência de processo negocial e alto índice de assédio moral e adoecimento.
-Um déficiti habitacional imensurável e nenhuma solução proposta.
O inventário é grande. Do tamanho da cara de pau de todos juntos.
Enquanto isso...
-Sucateamento do Estado
-Privatizações a preço de banana, como aponta os livros Brasil Privatizado e a Privataria Tucana.
-Passeios à Sorbone para palestras.
-Total dependência ao FMI (Lula pagou a dívida)
-Economia totalmente dependente.
E agora, todos os que foram ou são candidatos nas próximas eleições, como que em um passe de mágica, tem a solução.
Mais, o mais impressionamte é que não conseguem resolver os problemas de São Paulo onde estão governando há mais de três décadas, direta ou indiretamente.
E para os problemas sociais, pau na população, como vimos no caso Pinheirinhos.
Com todos o respeito, nem todo mundo neste país sofre de aminésia e cegueira política.
Um abraço .
A cidadã Beth Muniz, está 100% certa,infelizmente.
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