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As taxas de desemprego divulgadas não correspondem à verdadeira taxa de desemprego do povo brasileiro

Ter um emprego, uma ocupação ou uma atividade que proporcione uma remuneração suficiente para custear as necessidades e os desejos é o que toda e qualquer pessoa deseja, notadamente se essa pessoa está desempregada ou subempregada. Ter a certeza e a garantia de que no final do mês irá receber um determinado valor correspondente ao trabalho realizado durante os trinta dias anteriores faz dessa pessoa mais feliz e a deixa com muito menos stress. Está desempregado é um transtorno e pode levar a momentos de frustrações, humilhações e privações no atendimento de necessidades básicas.

Recentemente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados referentes à situação de emprego e desemprego no que se refere às seis Regiões Metropolitanas onde são realizadas as pesquisas mensais de desemprego (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte). Segundo esses dados, a taxa de desemprego tem caído continuamente desde o ano de 2004 quando a taxa de desemprego aberto (que considera somente as pessoas que estão efetivamente procurando emprego) era de 11,7% até chegar aos 5,5% de janeiro de 2012. Vale salientar que para efeito de políticas do governo, esses dados de desemprego obtidos pelo IBGE embora cubram somente uma parte da população brasileira são validados como representando todo o país.

Como todos nós sabemos, o Brasil tem uma grande heterogeneidade quando se considera emprego. Existem as mais variadas profissões e atividades e os mais diferentes valores pagos como remuneração. Além disso, existe um percentual muito alto de pessoas, com relação ao total de pessoas ocupadas, que trabalham na informalidade. Embora exista essa grande variação de salários, o IBGE calculou o salário médio real (descontado da inflação) pago nessas seis Regiões Metropolitanas (RM) em vários anos. Em janeiro de 2012 o salário médio nas seis RM foi de R$ 1.672,20, sendo 27,2% superior ao valor pago em 2004 que era de R$ 1.314,96. As pessoas que trabalhavam no setor privado em janeiro de 2012 sem carteira assinada tinham uma remuneração média de R$ 1.117,00 e as que trabalhavam no setor privado, mas tinham a carteira assinada tinham uma remuneração média de R$ 1.545,50. Nesse mesmo mês, as pessoas que trabalhavam por conta própria obtiveram uma remuneração média de R$ 1.423,20.

A verdade é que de acordo com o IPEA, as pessoas ocupadas em 2002 nas seis RM mencionadas acima eram 17,6 milhões, ao final de 2011 esse número passou para 22,7 milhões, um aumento de 30%. Já as pessoas ocupadas que tinham a carteira assinada, nas seis RM em 2007 eram 9,94 milhões e em 2010 passaram para 11,60 milhões, um aumento de 16,7%. Nesse mesmo período, considerando todo o país (cuja informação foi obtida por meio dos dados da Relação Anual de informações Sociais – RAIS) as pessoas ocupadas com carteira assinada passaram de 37,61 milhões para 44,1 milhões, um aumento de 17,2%.

Pelo número de carteiras assinadas visto acima, tem-se uma noção bastante clara de que as taxas de desemprego divulgadas por órgãos como o IBGE e outros não correspondem ao verdadeiro número e nem ao percentual de desempregados no Brasil que estejam necessitando de uma ocupação. Em primeiro lugar porque não são pesquisados todos os municípios brasileiros e em segundo lugar porque não entram nas estatísticas de desempregados quem está desempregado, mas não está procurando sistematicamente emprego. Além destes, não entram também como desempregados aquelas pessoas que estão fazendo algum tipo de trabalho esporádico ou estejam subempregadas. A metodologia do IBGE tem que ser readequada para que possa ser possível a obtenção e a divulgação da verdadeira taxa de desemprego do povo brasileiro.

Comentários

  1. Bom dia, Francisco.
    São excelentes as informações veiculadas em seu blog. Parabéns.
    Abç.

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  2. Bom dia Francisco. As informações veiculadas em seu blog são excelentes! Parabéns!

    ResponderExcluir
  3. Deus, garças, pensei que eu era maluco, vejo tanta gente que gostaria de trabalhar com carteira assinada. e tanta gente a procura de emprego, e tanta gente sentada na rua em horário de trabalho, que é imposivel acreditar nesse 6% de desemprego, a realidade fica bem escondida, e o pior que a gente acredita e acha que somos o 6 melhor pais do mundo para se viver, esta informação deveria aparecer em 1ra pagina dos jornais, para tomar conhecimento e nossos governantes tentar melhorar a situação, obrigado por ter a coragem de veicular este tema importante que fica escondido,(e os governantes agradecem)por tarz desse 6% mentiroso.

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