A economia, as pessoas e a própria vida das pessoas estão repletas de números. Tudo se mede por meio de números. Assim, se a pessoa é mais pobre ou mais rica e descrita por meio do valor da renda ou da riqueza que se mede com números. Da mesma forma, a riqueza de um país, de um estado ou de um município é medida por numero, o quanto se produz durante um determinado período de tempo, geralmente um ano. Para medir a riqueza gerada em um dos três entes da federação utiliza-se o Produto Interno Bruto (PIB) que contabiliza tudo que ocorreu durante um ano, por exemplo, que elevou (ou diminuiu) a riqueza. Por exemplo, a matéria-prima que uma empresa compra não entra no PIB, mas a produção final é contabilizada no PIB.
Evidentemente que quanto maior o PIB, maior a riqueza gerada naquela unidade da federação, com maior arrecadação da prefeitura, do estado ou da União. Além, é claro, as pessoas passam a ter maior renda quando a economia cresce. Infelizmente em nosso país não se observa uma distribuição de renda que se possa afirmar que quando o PIB aumenta a renda ou a riqueza das pessoas também aumenta. Existem muitos municípios que possuem um PIB muito alto, entretanto não se verifica um padrão de vida das pessoas compatível com a riqueza gerada.
Em um trabalho recentemente divulgado, o IBGE apresentou dados do PIB de todos os municípios brasileiros no período de 2005 a 2009. Nesse trabalho, verificou-se que está havendo uma pequena descentralização da renda, mas e ainda muito alta, considerando os municípios. Em 2009, a média dos 10% dos municípios que mais contribuíram para o PIB naquele ano foi 95,4 vezes a média dos 60% dos municípios que menos contribuíram para o PIB. Em 2005 essa relação era de 99,7 vezes. A medida de concentração de geração de riqueza pode ser sintetizada pela verificação de que os três municípios que mais geram riqueza foram responsáveis por 21,5% de todo o PIB do Brasil no ano de 2009. A cidade de São Paulo é disparada a que tem o maior PIB, com 12% do PIB nacional, Rio de Janeiro com 5,4% e Brasília com 4,1%.
Observa-se também uma grande quantidade de municípios com dependência do poder público para sobreviverem. Em 2009 eram 1.968 municípios, correspondendo a 35,4% dos municípios brasileiros, que tinham em mais de um terço de sua economia dependente da atividade do setor público. É uma quantidade muito grande de municípios que dependem das ações do setor público para que possam ter renda suficiente para as pessoas viverem, embora sem o atendimento pleno das suas necessidades.
Muitos municípios deveriam seguir exemplos de alguns entes da federação, como municípios e estados, que lograram obter altas taxas de crescimento do PIB, aumentando, conseqüentemente, a riqueza. Por meio de incentivos dos mais diferentes tipos conseguiram atrair empresas para realizarem empreendimentos ao mesmo tempo em que pessoas do próprio município também conseguiram abrir o próprio negocio. Mas esses exemplos não são seguidos pela maioria dos municípios brasileiros. Preferem se acomodar com baixíssima produção, produtividade sem nenhuma perspectiva de melhora e o povo com baixa renda. As pessoas que estão se preparando para serem candidatas a prefeitos ou a vereador nas eleições do próximo ano precisam ter isso em mente. Principalmente naqueles municípios que possuem baixa autonomia de arrecadação de recursos, devem buscar o desenvolvimento com a atração de empresas e incentivo aos próprios moradores a investirem na cidade. Transformar as pessoas em empreendedoras é transformar o padrão de vida das pessoas e mudar o perfil econômico, político e social do município.
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