Apesar de ainda existir muita pobreza no Brasil, é inegável que ocorreram melhoras significativas no nível de pobreza e miséria em nosso país, reduzindo-os. De acordo com dados de órgãos como o IBGE, o IPEA, entre muitos outros, nos últimos oito anos saíram da miséria ou da pobreza cerca de 30 milhões de pessoas. Eram seres humanos que praticamente não tinham o que comer, muito menos com que se vestir, calçar, andar de transporte público, estudar, etc. Eram pessoas que estavam condenadas a viverem o resto de suas vidas na mesma situação e muito provavelmente os seus filhos também. Não se deve dizer que essas pessoas deixaram de ser pobres, mas passaram a ter uma vida muito melhor. Aliás, a definição utilizada por muitos organismos internacionais, como o Banco Mundial, de que pobre é quem ganha em torno de R$ 3,6 por dia não tem fundamento e não deve ser levado a sério.
Muito se fala que a redução da pobreza, da miséria e da concentração de renda em nosso país é fruto de programas assistenciais como o Bolsa Família. Será que isso condiz com a verdade? Será que não existem outros fatores que explicam essa dinâmica na renda pessoal dos brasileiros nos últimos anos? Na verdade, o programa Bolsa Família custa anualmente ao país cerca de 0,4% do PIB e certamente esse montante não seria suficiente para protagonizar mudanças tão acentuadas no padrão de vida de tantos brasileiros. O programa Bolsa Família é muito importante para ajudar a explicar esse fenômeno, mas não é o único e nem o mais importante. Existem outros fatores que em conjunto com os programas de transferência de renda fazem da nossa economia uma das que mais resgatam pessoas da miséria.
Além dos programas como o Bolsa Família existem outros cinco fatores que ajudaram e continuam ajudando o país a melhorar a vida de tanta gente. A estabilidade de preços pode ser definida como um fator fundamental para que as pessoas mais pobres possam ter uma vida melhor. Veja o que ocorrereu quando da implantação do Plano Cruzado e no início do Real. Com a diminuição radical da inflação, as pessoas mais pobres ficaram livres do chamando imposto inflacionário que corrói o salário, os ganhos de qualquer natureza e o dinheiro que esteja no bolso.
O crescimento econômico é muito importante porque as pessoas tem mais oportunidades de empregos e negócios, elevando a renda. De 2002 a 2010 a economia braseira vem crescendo a taxa média de 5% ano ajudando tanto as contas do governo como a geração de empregos. Nesse mesmo período, a renda do trabalhador brasileiro aumentou 18% em termos reais e a renda por domicílio aumentou 23,5% em termos reais. O crescimento leva quase que automaticamente para o terceiro fator que é a geração de empregos. Somente em 2010 foram gerados mais de 2,5 milhões de empregos. Tudo isso fez com que a taxa de desemprego no país passasse de 12,4% para 6,5% no período de 2003 a 2010. Um nível de desemprego muito baixo.
Outro fator muito importante é a valorização sistemática do valor do salário mínimo. O salário mínimo apesar de não ter muita importância para a classe média, ele é definidor de renda em muitas áreas de nosso país e de muitas famílias. São instituições públicas e privadas que pagam o piso salarial aos seus empregados. Além disso, existem cerca de 23 milhões de aposentados e pensionistas que recebem o salário mínimo como benefício. Considerando que para cada aposentado ou pensionista existam duas pessoas dependentes, tem-se cerca de 70 milhões de pessoas que são diretamente afetadas pela valorização do salário mínimo considerando somente a previdência social.
Por último pode-se englobar como o último fator as políticas voltadas para o social como o financiamento estudantil para aqueles que não tem condições de pagar uma faculdade, e outros programas dessa natureza. A junção de todos esses fatores tem levado a nossa economia a ser mais respeitada e a sociedade brasileira pode vislumbrar um futuro no qual possa conviver com prosperidade, desenvolvimento, oportunidade e mais orgulho de ser brasileiro ou brasileira.
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