O nível de desigualdade no Brasil é muito grande, isso é sempre mostrado por meio de pesquisas dos mais diferentes tipos. Essa desigualdade é caracterizada pelas mais diversas formas, seja pela desigualdade de renda que afeta as pessoas em uma mesma região, estado ou cidade; seja pela desigualdade de recursos que são disponíveis nas diferentes regiões, estados e municípios. Vários outros tipos de desigualdades fazem com que as oportunidades sejam oferecidas de forma totalmente diferente. O Brasil é um país continental com realidades muitos diferentes considerando as cinco regiões, com o Sul, o Sudeste e, um pouco menos, o Centro Oeste bem desenvolvidos enquanto que o Nordeste e o Norte com carências extremamente grandes.
A realidade presente em cada um dos 5.564 municípios brasileiro apresenta diferenças gigantescas com várias cidades apresentando um alto grau de desenvolvimento enquanto que muitas outras tendo níveis de desenvolvimentos considerados inaceitáveis para um país como o Brasil. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) construiu um índice a partir de dados dos ministérios da Educação, do Trabalho e da Saúde referentes ao perfil de desenvolvimento da educação, saúde e emprego e renda em cada um dos municípios brasileiros. Esse índice mede com certa exatidão o nível em que se encontra cada um dos municípios brasileiros nessas três áreas. De acordo com esse índice, 63% dos municípios do Brasil estão com níveis de desenvolvimento considerados razoáveis ou bons.
De todos os municípios brasileiros, somente 2.037 oferecem condições aceitáveis nas três áreas mais importantes para a população que são saúde, educação e trabalho. Os outros municípios estão abaixo ou muito abaixo do que deve cumprir no atendimento das demandas da população. Esse estudo da FIRJAN mostrou o que outros estudos tem mostrado e o que as pessoas observam intuitivamente no que se refere á desigualdade entre as regiões brasileiras. A região Sul possui 96% dos seus municípios os níveis nas três áreas considerados bons ou muito bons. O Sudeste tem 86% dos seus municípios nesse patamar e a região Centro Oeste, com 83%, está bem próxima da região mais rica do país. Por outro lado, o Nordeste, apesar de ter apresentado melhoras significativas nos últimos anos, somente um quarto dos municípios oferecem condições boas ou muito boas para os seus munícipes. O norte está em situação pior, com somente um quinto dos seus municípios nessas condições.
Dos 500 municípios com os melhores índices, 91,2% são do Sul e Sudeste, apesar de possuírem somente 51% dos municípios brasileiros. Enquanto que 7,5% são do Centro Oeste, 0,7% são do Norte e 0,6% são do Nordeste. Por outro lado, no grupo dos 500 piores municípios, 94,4% são do Nordeste. Na verdade, no Nordeste, que é a região que possui o maior número de municípios entre todas as regiões brasileiras, dois em cada dez municípios estão dentro do grupo dos 500 piores municípios brasileiros que não conseguem oferecer as condições mínimas quanto saúde, educação e renda à sua população que geralmente é muito pobre e depende fundamentalmente do poder público para viver.
A questão da desigualdade é séria em nosso país, não podemos admitir termos vários países dentro de um só. Por mais que gere tabu, controvérsia e polêmica, é necessário que se crie políticas e fortaleças as existentes que visem à diminuição dessa concentração e disparidades nos níveis de desenvolvimento que se observa ao se analisar cada um dos municípios brasileiros. Não é preciso parar de desenvolver quem já está em um grau alto de desenvolvimento. Ao contrário, é preciso que esses municípios desenvolvidos continuem aumentando o nível de qualidade de vida de sua população, mas é premente a necessidade de aumentar muito mais as condições de vida das pessoas que vivem em cidades carentes de recursos e que apresentam níveis muito baixos de desenvolvimento.
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