O comércio é fundamental para a economia e o comércio internacional é mais importante para sustentar o crescimento e o desenvolvimento de qualquer país ou nação. Mas, o valor agregado em cada um tipo de serviço ou produto comercializado com o exterior deve ser levado em conta na definição da qualidade do comércio exterior de um determinado país. Qual a qualidade das relações comerciais do Brasil? Quais são os principais parceiros comerciais do Brasil? Os nossos produtos exportados possuem grande teor tecnológico? O que deve ser feito para melhorar a qualidade do comércio do Brasil com os outros países?
Em 2010, o comércio exterior do Brasil foi de US$ 383,6 bilhões, um aumento de 36,6% em ralação ao ano anterior, sem dúvida, um aumento significativo. Desse valor, US$ 201,9 correspondem às exportações e US$ 181,6 são referentes às importações. Dessa forma, o saldo comercial do Brasil foi de US$ 20,3 bilhões. Nesse ano, as importações corresponderam a 8,7% do PIB e as exportações a 9,7%, sendo que o Brasil ainda ocupa posições bastante pequenas no comércio mundial. As exportações do Brasil corresponderam a 1,26% e as importações a 1,06%, respectivamente das exportações e importações mundiais.
De acordo com o ministério do Desenvolvimento do Brasil, no passado, 38.684 empresas realizaram operações de importação, enquanto que 19.278 empresas exportaram. Das empresas exportadoras brasileiras em 2010, 93,3% se enquadravam como grandes empresas. As empresas brasileiras importavam e exportavam para os mais diversos países, não se verificando a grande dependência que havia em tempos passados da economia dos Estados Unidos para nos servir no comércio exterior. Em 2010, os três principais compradores de nossos produtos foram a China (15,3%), os Estados Unidos (9,6%) e a Argentina (9,2%) e os três principais países que o Brasil importou foi os Estados Unidos (15%), China (14,1%) e Argentina (7,9%).
As nossas exportações ainda são majoritariamente de produtos primários e produtos básicos, correspondendo a 45% do total. O país exporta poucos produtos com alto valor agregado e importa muitos produtos com alto teor de base tecnológica, gerando o que alguns chamam de déficit tecnológico. Considerando as transações comerciais em termos de tecnologia, o saldo das transações comerciais envolvendo produtos de alta e média-alta tecnologia e mais alguns itens na conta de serviços (que não faz parte da conta de comércio exterior – quando se fala em balança comercial está se referindo a comércio de produtos) tais como aluguéis de equipamentos, royalties, computação, entre outros, obteve-se em 2010 um déficit de US$ 84,9 bilhões.
A tecnologia é de suma importância para agregar valor aos nossos produtos e serviços. Para que o nosso comércio exterior tenha um upgrade em termos de valor é necessário que as empresas brasileiras invistam muito mais em inovação, aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas técnicas e métodos. Para isso é preciso que sejam feitas parcerias com Universidades, governo, outras empresas e instituições diversas que possam inserir tecnologia aos produtos e serviços que as empresa brasileiras oferecem tanto interna como externamente. As empresas brasileiras não devem ter medo de inserir valor aos produtos, elas precisam inovar para melhorar.
Não deve esperar somente pelo governo, embora este seja muito importante em termos de parceria, as empresas devem ir em frente e buscar sempre maior valor aos seus produtos. Exemplos são as empresas estais que com a grande burocracia que existem nessas corporações são altamente férteis em inovações. Em pesquisa recente do IBGE, constatou que em 2008, 68,1% das empresas estatais federais desenvolveram processo ou produto inovador, enquanto que nesse mesmo ano somente 38,6% das empresas privadas realizaram esse mesmo tipo de desenvolvimento. Com mais coragem das empresas brasileiras teremos mais qualidade no nosso comercio exterior, maior valor nas nossas exportações, maior produtividade dos nossos trabalhadores e maior desenvolvimento do nosso país.
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