O mais importante e fundamental preço em uma economia aberta ao comércio exterior é a taxa de câmbio (por quanto uma a moeda local, no nosso caso o real, compra uma moeda estrangeira, principalmente o dólar norte-americano). Essa taxa, ou seja, o preço, é determinado pelo processo de oferta e demanda. Se a oferta de dólar é maior do que a demanda necessariamente leva ao aumento da taxa de câmbio. Quais as conseqüências de uma variação significativa na taxa de câmbio? O que o governo deve fazer para evitar esses problemas? Como a população é afetada?
Nos últimos tempos o Brasil tem sido uma das nações que mais atraíram recursos, seja por investimentos diretos, quando os investidores aplicam seus recursos na aquisição, ampliação ou criação de empresas ou de forma indireta, na aplicação no mercado financeiro. Em todos esses tipos de aplicações existe a entrada de moedas estrangeiras o que, consequentemente, eleva a oferta desse tipo de moeda. Existem muitos outros tipos de entrada de moeda de outras economias tais como os turistas que vêem de outros países, os recursos que são enviados ao Brasil por emigrantes brasileiros e por donos de capital, pelos empréstimos estrangeiros de instituições brasileiras (públicas e privadas), dos exportadores de bens e serviços, etc.
A demanda por moedas estrangeiras ocorre com essas mesmas ações, mas de forma inversas, ou seja, pelos importadores, pelos brasileiros que viajam para o exterior, pelos importadores, etc. Mas, no momento está ocorrendo um desequilíbrio que faz com que faz com que as coisas que vêem do exterior tornam-se muito baratas e as que o Brasil produz muito caras. Em uma economia com a taxa de câmbio flutuante os ajustes em direção ao equilíbrio poderiam ocorrer de forma natural, sem a necessidade de ações significativas do Estado. Entretanto, no mundo real existem muitos fatores que fazem com que esse equilíbrio demore a ocorrer e muitas vezes ele nem ocorra.
Até que um eventual equilíbrio ocorra, ou algo como próximo ao equilíbrio, uma economia com taxa de câmbio supervalorizada pode ocorrer, o que se costuma dizer, uma “desindustrialização” da economia, em que os produtos produzidos internamente são substituídos pelos importados, com conseqüências desastrosas para as empresas, empregos e o bem-estar de uma parte da população. Evidentemente que o governo não pode aceitar passivamente que isso ocorra e tem tomado diversas ações no sentido de evitar uma valorização ainda maior das moedas estrangeiras (notadamente o dólar).
Uma das principais ações do governo é comprar dólar norte-americano no mercado e aumentar as reservas do Banco Central (BC). Entretanto, para fazer isso são emitidos títulos da dívida pública no qual geralmente o governo paga o valor da Selic (11,25% ao ano) e recebe em troca atualmente menos de 1,0% ao ano dos títulos norte-americanos, onde geralmente as reservas do BC são aplicadas. Então, se conclui que essa política tem um custo muito alto para a sociedade brasileira. Considerando que as reservas atualmente ultrapassam US$ 300 bilhões, os custos são alarmantes com conseqüências graves para as finanças públicas do Brasil.
Entre as várias ações que o governo deve fazer seria inibir severamente a entrada de moedas estrangeiras que vêem somente aproveitar as altas taxas de juros no mercado financeiro, diminuir os juros da nossa economia, ao invés de aumentar, incentivar as empresas a produzir mais por meio de uma reforma tributária que direcione a isso, inibir um pouco o crédito para pessoa física (temporariamente), entre outras ações. O objetivo é ter uma economia com baixa taxa de desemprego, com inflação baixa e com o câmbio próximo da taxa de equilíbrio. Para se conseguir tudo isso ao mesmo tempo é uma tarefa difícil. Mas quem falou que a vida do governo é fácil?
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