Pular para o conteúdo principal

As Organizações Sociais e os serviços públicos


Sempre existiu controversa a respeito da qualidade dos serviços oferecidos à população pelo setor público, notadamente os referentes à saúde e à educação. É verdade que muitos agentes públicos tem se esforçado para obter melhores resultados no atendimento das demandas da população por serviços públicos, mas, também é verdade que o povo continua sofrendo muito, muitas vezes sendo humilhado, quando procura ser atendido pela área pública. É louvável a busca por melhores formas na oferta de serviços demandados pelo nosso povo.

Em busca de melhorar o nível dos serviços públicos, em muitos estados e municípios brasileiros adotaram um novo modelo de gestão no qual passa a administração de uma escola, hospital, projeto, etc. para uma entidade dita sem fins lucrativos. A adoção desse mecanismo está sendo bastante corriqueira, onde a contratação dos empregados e das compras para a manutenção dos serviços é realizada sem os trâmites burocráticos impostos aos órgãos públicos.

Isso somente se tornou possível com a aprovação da Lei 9.637 (a chamada lei das Organizações Sociais), de 15 de maio de 1998, que definiu o tipo de empresas que poderiam participar de gestão no setor público. A partir de então, muitos estados e municípios aprovaram leis que abriram caminhos para que muitos hospitais, escolas, projetos culturais e muitos outros tipos de instituições públicas passassem a ser geridos por essas entidades visando à melhoria e à diminuição dos custos desses serviços. Tendo em vista, que, na visão de muitas pessoas o setor provado pode gerir com mais eficiência.

A verdade é que apesar de já existirem muitos exemplos de casos desse tipo de gestão, uns com grandes sucessos e alguns outros com fracassos, várias entidades representantes dos servidores públicos afetados por esse método entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra essa lei, alegado, entre outras coisas, que a falta de comprometimento dos trabalhadores por não passarem por processo de concurso público, sendo um emprego mais precário do que os dos funcionários públicos. Uma outra alegação é que as compras são feitas como no setor privado sem respeitar os princípios da publicidade, impessoalidade, economicidade, legalidade e moralidade.

Independente destes e outros questionamentos, o que se deve buscar é a melhora dos serviços públicos oferecidos à população ao menor custo possível aos cofres públicos e com a melhor qualidade possível. Não interessa se o médico, o enfermeiro ou qualquer outro profissional que esteja atendendo o cidadão ser funcionário público ou ser empregado de uma Organização Social, o serviço dever realizado com eficiência em todos os sentidos.

Evidentemente que na atuação desses tipos de instituição, mesmo com vários tipos de mecanismos de controle e de fiscalização é passível de haver corrupção e ineficiência. Para que o dinheiro público seja muito bem empregado é preciso que a população, os sindicatos, os partidos políticos e o cidadão comum fiquem de olho na atuação dessas organizações. Qualquer sinal de desperdícios ou falta de eficiência, o Ministério Público, os tribunais de contas e outros órgãos de controle devem ser notificados para que as providências sejam tomadas e a população não seja prejudicada.

Comentários

  1. Bom dia!

    http://www.datasus.gov.br/cns/temas/as_organiza%E7%F5es_sociais_e_o_sus.htm

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

UM NATAL PARA TODOS NÓS

Segundo a crença de bilhões de cristãos e não-cristãos, há 2.008 anos nasceu um Menino que viria para libertar a humanidade de toda opressão, angústia, morte e de todo pecado. Jesus nasceu no meio dos mais pobres e humildes e entre os animais para ser o Rei. Este Rei Todo Poderoso, seria acima de tudo, o Rei da bondade, do perdão, do amor, da união, da humildade e da misericórdia. Jesus nasceu para ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Nele encontramos o caminho para nossa liberdade, a verdade em tudo que ele falou e pregou às mais diversas platéias e a vida, a vida eterna. Na vida eterna não terá sofrimento, maldade de qualquer espécie, onde o respeito impera entre todos, será uma vida de felicidades, amor, alegrias e de todas as coisas boas que não terão fim. Nos dias atuais, onde muitos não respeitam o seu semelhante, não respeitam o direito do outro e se acham no direito sem de fato tê-lo, a presença de Jesus é muito importante. Muitas pessoas talvez digam que a maldade, o pr...