Pular para o conteúdo principal

O ano de 2009 realmente não foi ruim para o Brasil


O ano de 2009 era vaticinado como o ano de catástrofe para a economia brasileira. Entretanto, o que se observa são números e resultados que dizem exatamente o contrário. Muitas pessoas que se dizem “donos do saber econômico” afirmavam que seria o pior ano da nossa história, que o Brasil ia sofrer como nunca e outras afirmações parecidas. O resultado oficial do PIB ainda não saiu, mas os números das principais empresas já divulgados corroboram com o que havíamos escrito nos primórdios do ano passado de que o ano de 2009 não seria tão ruim como esses “entendidos” afirmavam. Poderia ter sido até melhor se todos os três entes do tripé da economia tivessem funcionado na mesma sintonia. O setor público e o consumo interno cumpriram as suas partes, mas as empresas privadas ficaram muito aquém do que deveriam ter feito para a nossa economia.


O setor bancário público brasileiro, que é fortemente contestado pelas pessoas que advogam a ausência do Estado nas atividades econômicas e pela grande mídia, deu mostras de que o ano de 2009 foi excepcional do ponto de vista dos lucros e resultados. O Branco do Brasil apresentou no ano passado um lucro de R$ 10,15 bilhões, o maior lucro até momento de toda a história dos bancos brasileiros, esse lucro é 15,5% superior ao obtido em 2008 pelo banco. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve um lucro de R$ 6,7 bilhões, representando um aumento de 26,8% em relação ao ano de 2008. A Caixa Econômica Federal teve em 2009 um lucro de R$ 3,0 bilhões, embora inferior ao obtido em 2008, representou uma remuneração sobre o patrimônio líquido de 22,8%, que é uma bela remuneração para o Tesouro Nacional. Embora não tenha tido um lucro igual do ano anterior, a Caixa teve um aumento de 55,3% nos empréstimos, suprindo em parte a lacuna deixada pelos bancos privados.


Os bancos privados também tiveram lucros extremamente interessantes. Oito bancos privados que já divulgaram os seus resultados tiveram lucros 24,1% superior ao de 2008. Os resultados favoráveis ao setor privado em 2009 não se restringem somente aos bancos, mas a uma série de empresas. Aliás, a grande maioria das empresas privadas que divulgaram os seus resultados apresentaram lucros no exercício que se encerrou em dezembro de 2009. Por exemplos, a CSN teve um lucro de R$ 2,6 bilhões; a USIMINAS lucrou R$ 1,34 bilhão; o grupo Gerdau teve um lucro de R$ 1,005 bilhão; o lucro a Klabin foi de R$ 333 milhões; a Marcopolo teve um lucro de R$ 134 milhões enquanto que a empresa Fibra teve um lucro de R$ 558 milhões no ano de 2009. São números que desmentem todas aquelas “previsões” alarmistas e altamente desestimulantes para quem tinham algum projeto para realizar no decorrer do ano, principalmente os empresários.


É incontestável a atuação do governo e de seus agentes, principalmente os seus bancos, no sentido de fazer com que a dinâmica da economia não fosse tão duramente atingida como se imaginava. O BNDES, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e outros agentes financeiros do governo foram determinantes na oferta de crédito aos brasileiros, consumidores e investidores, no memento em que as fontes privadas de crédito secaram. Outras empresas públicas também foram de importância ímpar para segurar a nossa economia. Por exemplo, a Petrobrás manteve praticamente todos os seus programas de investimentos que, dado a sua magnitude, foram muito importante para segurar o ânimo de muitos atores econômicos em nosso país. Estima-se que o seu lucro a ser divulgado nos próximos dias deve ficar em torno de 28 bilhões. O governo agiu bem ao amenizar significativamente os efeitos da crise internacional sobre a nossa economia por meio de suas empresas e outras medidas de cunho fiscal, tributário e monetário.

Comentários

  1. O Estado cumpriu seu papel de regulador do mercado e a ascenção econômica das classes de menor poder aquisitivo tiveram papel preponderante para o bom desempenho de nossa economia.

    ResponderExcluir
  2. Creio que previsões nem sempre são exatas, afinal, os resultados são sempre variáveis e variam de acordo com os fatos, uma vez que fatos são concluidos por seres humanos, nada é tão previsível quanto se pensa!
    2009 Foi ótimo para mim em especial, e creio que surpreendeu a muitos!

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo, FARNCISCO CASTRO.
    Não tenho a certeza, mas, quando fizeram o Proer, -não relembro em que governo- foi para evitar que os bancos entrassem num caos. E depois, até onde a minha santa miopia alcança, esse governo continuou a política monetária de ajuda a todos os bancos, a começar pela política de cobranças de altas taxas e os juros mais altos do planeta. Portanto, são obvio que os resultados se dão quase às claras nos mais elevados lucros de todos de todos os tempos, porque, há sim, a anuência protecionista do governo junto à rede bancaria.
    Como prêmio aos trabalhadores bancários, só os bancos privados demitiram mais de 9.500 funcionários em 2009, e o governo ficou calado.
    Enquanto isso, o pequeno e médio empresário, verdadeiros heróis anônimos, - geram os maiores números de empregos- continuam a puxar carroças, trocando duplicatas e fazendo empréstimos junto às casas bancarias e ou agiotas.
    Com isso, o número de desempregados nas seis principais metrópoles, deve estar chegando a um milhão e oitocentos mil.
    O estado continua ausente e em débito junto aos seus cidadãos, não existe uma política pública para criar perspectivas a media e longo prazo. O trabalhador brasileiro, o pequeno e médio empreendedor é quem tem que embalar os Mateus politiqueiros da vida, a sangue, suores e lágrimas.
    É o que penso!
    Parabenizo-o por mais um excelente artigo, visto que, todas as suas matérias quando eu leio me aguçam a mente e me remete a pensar muito sobre tudo isso. Assim, para mim, tem sido muito importante, lê-lo. Pois, estou aprendendo muito com você.
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

    ResponderExcluir
  4. Realmente os resultados foram muito bons e as medidas globais do governo fizeram muito bem a economia. A redução do IPI manteve a economia aquecida nos setores atingidos e isso fez toda a economia se movimentar.
    Sua análise está ótima, parabens.

    ResponderExcluir
  5. Digamos que foi nenhuma "desgraça" "prevista" pelas Mães Dinas de nossa economia, entretanto tudo isso tem um preço a ser pago ....e será cobrado nos próximos anos ...

    ResponderExcluir
  6. É assim que um governo deve agir. Infelizmente não manterão as políticas de redução de impostos e foram incapazes de entender que menos impostos geram mais crescimento e, ao longo prazo, mais arrecadação.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper