Pular para o conteúdo principal

O salário no governo é alto?

O brasileiro tem um nível de renda muito baixo, tanto comparando com vários outros países como com a renda total do próprio Brasil. A causa principal disso é a péssima distribuição de renda que faz com que existam pessoas que tenham renda cinqüenta vezes superior à renda de outras pessoas. Isso é uma injustiça que deve ser pensado em algum tipo de compensação que leve à diminuição desse disparate. Essa diferença enorme é também verificada quando se analisa apenas um poder do setor público. Por exemplo, no governo federal a diferença também é significativa. Qual o motivo dessa disparidade tão grande de salário entre os funcionários do governo? É interessante trabalhar no governo?

Recentemente o Ministério do Planejamento divulgou no Diário Oficial da União a relação dos maiores e menores salários do governo federal. A divulgação dessas informações é determinada pelo decreto nº 3.529 de 2000 e devem ser divulgadas a cada quatro meses. Por meio dessas informações, constatou-se que existem servidores federais ganhando rios de dinheiro que deixam qualquer assalariado que ganha seu mísero dinheiro suado indignado. Constatou-se que existem pessoas que ganham R$ 37,1 mil por mês, enquanto que o permitido é até R$ 24,5 mil por mês, que já é um salário altíssimo. Esse último é o salário de um Ministro do Supremo Federal e é o teto para qualquer funcionário público. Entretanto, por meio de ações judiciais vários funcionários públicos conseguem sobrepor essa determinação e passam a ganhar verdadeiros absurdos. Isso faz com que de um lado tenham pessoas com salário de R$ 37 mil, R$ 33 mil, R$ 32 mil, etc., por outro lado no mesmo governo federal existem pessoas que ganham R$ 823, R$ 824... por mês.


O setor público sempre foi atraente para muita gente, mas foi também onde muitos aproveitadores conseguem abocanhar um quinhão bastante grande apenas com a esperteza. Ter salários exorbitantes desses é uma agressão à sociedade, notadamente aqueles que trabalham no pesado ganhando quase nada. Mas, independente desse problema existem muitos cargos no governo da mais alta importância que são preenchidos por meio de concurso público e que rendem um alto salário. Essa é a principal razão o porquê os concursos para o preenchimento desses cargos ocorre uma disputa muito grande. A maioria dos cargos de nível superior nos diversos ministérios tem salários que giram em torno de R$ 5 mil a R$ 10 mil, entretanto, existem algumas áreas cujos salários são extremamente tentadores, chegando a R$ 20 mil por mês.


É verdade que no setor privado, existem muitas pessoas que exercem cargos com menos importância ganhando esse valor ou até mais, entretanto, a visibilidade no setor público é muito maior e qualquer salário que destoe da média é sempre visto com péssimas intenções. A importância que esses funcionários públicos de altíssimo nível para a nação é grande e seus salários devem condizer com a sua relevância para o nosso país. Como o grau de importância, o nível de conhecimento necessário, os riscos envolvidos ao exercer cada cargo são diferentes, além de muitos outros aspectos, também diferentes devem ser os salários. É evidente que se deve combater os abusos desses salários extremamente altos de mais de R$ 30 mil por mês, mas não deve deixar de oferecer salários atraentes para as melhores cabeças que são fundamentais pala alavancar a eficiência do setor público brasileiro. Ao mesmo tempo, deve-se buscar meios inteligentes e eficientes para elevar o salário médio do povo brasileiro de diminuir essa vergonhosa diferença de renda entre os que ganham mais e os que ganham menos.

Comentários

  1. Até que não é alto, se o cara não fez parte de um trem da alegria e realmente trabalha.

    Nós é que ganhamos pouco!

    Se um bom servidor, um técnico altamente qualificado, não receber um salário decente, ele pula para uma empresa estrangeira e o serviço público fica só com os cabideiros.

    ResponderExcluir
  2. Na média os salários não são maiores do que no setor privado. A vantagem são "as vantagens"...

    ResponderExcluir
  3. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo Francisco Castro, gostei muito da sua matéria. Penso que para se resolver o problema dos salários exorbitantes ainda vai demorar algumas décadas, haja a vista, que a legislação vigente é branda e o pessoal que dispõe de uma boa assessoria jurídica consegue logo alcançar os tetos mais elevados, quanto aos demais salários, penso que estão muito próximos, público X privado, e depois quando se dá a aposentadoria somem.
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

    ResponderExcluir
  4. Seu link foi publicado na Linklândia!

    Parabéns e obrigado por contribuir!

    ResponderExcluir
  5. "mas não deve deixar de oferecer salários atraentes para as melhores cabeças que são fundamentais..."

    Concordo plenamente com seus comentários no final da postagem.

    Parabéns!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper