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O governo de São Paulo massacra os paulistas com pedágios


O custo de vida e o bem-estar das pessoas no Estado de São Paulo deveriam ser muito melhores, dada a sua riqueza e seu alto nível de desenvolvimento econômico. Como o estado possui o maior PIB e a maior arrecadação poderia muito bem melhorar a vida de seus habitantes oferecendo-lhe um meio de transporte adequado e rodovias de alta qualidade sem a necessidade da prática de assalto aos usuários das rodovias paulistas. Andar nas rodovias em São Paulo é enriquecer concessionárias que cobram verdadeiros absurdos. As rodovias de São Paulo estão repletas de praças de pedágios onde os motoristas são obrigados a pagar valores que são muito superiores ao que seria justo. Por que existem tantos pedágios em São Paulo? Não haveria outros meios de melhorar as nossas rodovias sem massacrar os usuários com essas cobranças tão altas?


A privatização das rodovias por meio das concessões foi o meio que o atual governo do Estado de São Paulo encontrou para melhorar as suas rodovias. Entretanto, isso é feito de forma equivocada, injusta, excludente e altamente prejudicial a uma parcela muito grande da população. Muitas cidades do estado estão totalmente ilhadas, onde os seus habitantes não podem sair de seu próprio município sem pagar o pedágio. Isso ocorre nas mais diversas regiões do estado. Existem casos em que o morador não pode se deslocar de um bairro para outro da mesma cidade sem pagar pedágio, como ocorre no município de Engenheiro Colho. Nesse município tem um caso tão absurdo que é difícil até de acreditar. Trata-se de um proprietário de um pequeno sítio que a rodovia passa no meio. Antes do pedágio, para ir do outro lado do sítio era só atravessar a rodovia por uma rotatória de cem metros, agora, com o pedágio, o trajeto de ir e voltar do outro lado do terreno, que fica do outro lado da rodovia, ele tem que andar cerca de trinta quilômetros e pagar sete reais de pedágio. Um governador sério jamais deixaria um absurdo desses acontecer.


Na Grande São Paulo também foi sentida a fúria de arrecadação do governo do Estado e das concessionárias. Pessoas que ganham um salário muito baixo e que moram nas periferias de Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuíba, Osasco e outras cidades da região e que utilizam a rodovia Castelo Branco são obrigadas a pagar R$ 5,60 de ida e volta para a cidade de São Paulo todos os dias, um trajeto que em alguns casos não chegam a 12 quilômetros. É um valor que está totalmente fora dos reais custos para as concessionárias. Isso está tirando de quem tem pouco e dando a quem tem muito. Outro absurdo é um deputado ligado ao governador e que tem base em Itapevi, cidade muito pobre da Grande São Paulo, defender com todas as garras a cobrança dos pedágios na rodovia Castelo Branco. Os eleitores do estado de São Paulo têm que lembrar desses defensores de assalto à população e não votarem neles nas próximas eleições.


Os valores envolvidos são gigantescos. Somente no ano passado foram cerca de R$ 4,6 bilhões com a cobrança de pedágio, desde quando se iniciou o processo de concessão já foram arrecadados em torno de R$ 27 bilhões. Em todo o estado existem 117 praças de pedágios, sendo que desse total 21 foram criadas nos últimos dias. São Paulo está ficando refém dos pedágios, não podemos sair de casa sem que paguemos pedágios. As cobranças até que poderiam ser feitas, mas com um valor que fosse justo. O que se cobra atualmente, certamente não é justificado pelo custo e pelo fluxo esperado de receita das concessionárias. A justificativa de que os custos do pedágio recaem somente nos usuários é balela, nos preços dos produtos transportados por essas rodovias está embutido o custo dos pedágios. As passagens de ônibus também contêm o custo do pedágio. Em alguns casos, o valor despendido com pedágio é superior ao que é gasto com combustível.


É preciso que todos os valores dos pedágios sejam diminuídos em pelo menos 50% para que passem a ser mais justos. Ao mesmo tempo, é preciso que a sociedade paulista se mobilize contra a abertura de mais praças de pedágios. Não podemos mais conviver com isso. São Paulo poderia muito bem manter todas as rodovias estaduais como estão atualmente sem precisar cobrar dos usuários. Provavelmente fosse necessária a privatização de algumas, mas que fossem respeitados os direitos das pessoas, dando-lhes opções de utilizar rotas alternativas para chegar o destino. Isso, efetivamente, não está acontecendo. O governo de São Paulo está impedindo que o povo paulista exerça o seu direito de ir e vir. Infelizmente, esses pedágios além de encher os cofres das concessionárias também enchem os cofres do próprio governo do estado e das prefeituras. Essa é uma das razões pelas quais muitos prefeitos ficam passivos diante de vários absurdos que os pedágios provocam em muitos paulistas. Existem cobranças de pedágios em outros estados brasileiros, mas em nada se compara com o que o atual governador e sua turma estão fazendo com São Paulo.

Comentários

  1. Nesta semana tive que ir duas vezes à Sorocaba. E tenho que pegar o Rodoanel para chegar em casa. Nas duas vezes fiquei revoltado, pois a entrada para o Rodoanel foi fechada apenas para que paguemos o pedágio. A alternativa, à tarde, é muito demorada.
    A coisa está assumindo proporções gigantescas. Já pensou o Serra na Presidência da República? Teríamos a terceirização da saúde entregue a grandes corporações da saúde, do exército, entregue a competentes empresas de segurança, venda do Rio Amazonas, Petrobrás, Banco do Brasil e outros mais. Não bastasse isso, pagaríamos pedágio até para sair de casa.

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  2. Francisco,

    Parabéns pela excelente matéria.

    Isso é uma verdadeira vergonha meu amigo. Eu saio de São Paulo com destino a Uberaba e gasto mais de R$ 100,00 de pedágio.

    A sorte é que a Rodovia Anhanguera de São Paulo a Uberaba é ótima, mas de Uberaba pra frente é horrível.

    Se pagamos tantos pedágios, deveríamos exigir qualidade nas rodovias para garantir a nossa segurança.

    Bjs.

    Rosana.

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  3. Não sou de São Paulo, mais me diz se lá os carros não andam por causa do transito como ainda cobram pedágio?
    Abraços forte

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  4. Francisco,

    Não sou paulista, mas o que eu pude ler no seu texto é um total absurdo. A população deveria se mobilizar e lutar contra esse 'roubo'.

    Beijocas

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  5. Francisco,

    A mania de taxar tudo agora tomou conta dos políticos,acham que com estes impostos rotulados de variados nomes e pretextos,vão resolver este mundo,coloca-lo no caminho certo.
    Não é assim que os problemas resolvem-se,aplicando multas e taxas em tudo,mas com outras soluções criativas e ou inteligentes.

    Um dia vamos pagar imposto de nascença e respiração...a Democracia não passa por aqui...

    Abraço amigo,
    joão

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  6. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo Francisco Castro, com sinceridade não pensei que chegava a tanto. Pelo seu relato fizeram com um limão uma limonada, institucionalizaram uma verdadeira indústria de pedágios, o povo paulistano haverá de dar o troco, tal situação é inaceitável,insensata e incoerente. Todos são trabalhadores que vivem com sacrifícios para ter seus orçamentos pessoais, comprometidos por ações indecentes como estas.
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  7. Para ir de Ribeirão Preto à São Paulo tem muitos pedágios e viagem fica bem cara!

    De Ribeirão à Sertãozinho, 20 km, tem um pedágio.

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  8. Olá, Francisco!

    Vi um comentário seu no blog da Tecnisa Construtora e gostaria da sua ajuda para responder um questionário. É para a minha monografia de conclusão da especialização em Comunicação da Cásper Libero, em São Paulo, cujo tema é “blogs corporativos”.

    É bem rápido, não leva mais que 5 minutos. Basta escolher as opções no link: http://www.formspring.com/forms/?828770-5aUd98qOaw .

    Obrigada pela colaboração!!

    Atc,
    Tathiana

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  9. Vc chama a quadrilha instalada no governo de SP de turma?? Mero elogio!! É pra ça de pedágio aos quatroventos, para onde quer que vc olhe!!

    Eles vão resmungar: fazer o que, se as pessoas querem viver na cidade mais rica da América do Sul. Não é à toa que é a mais rica...

    Abçs!

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