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A qualidade do ensino no Brasil é adequada?


A educação é um dos pilares que sustentam o progresso e o desenvolvimento de um povo ou país. Entretanto, para cumprir essa função a educação deve ser de qualidade, as pessoas devem ter conhecimento pleno dos assuntos estudados. O Brasil tem avançado muito na quantidade de pessoas com acesso aos diversos níveis de ensino, principalmente no nível superior. Mas, será que essa quantidade combina com qualidade? Será que as pessoas saem das faculdades sabendo tudo que deveriam saber? Será que elas saem preparadas? O que deve ser feito para melhorar o nível de ensino no Brasil?


De acordo com uma pesquisa divulgada pelo IBOPE no final de novembro último, 32% das pessoas com nível superior ou cursando uma faculdade no Brasil não são plenamente alfabetizadas e apresentam severas dificuldades em desempenhar atividades para as quais teoricamente foram preparadas. Ou seja, conseguem ler e entender apenas textos de média extensão ou complexidade e fazer operações matemáticas muito simples, sendo totalmente incapazes de ler e entender textos mais extensos ou mais complexos e em matemática não passam das quatro operações básicas. Isso é vergonhoso para quem está dentro de uma faculdade ou já concluiu um curso nela. Onde saiu algo errado nisso? É extremamente preocupante que de cada três pessoas que estão fazendo um curso superior ou já o concluíram, uma sabe muito menos do que uma pessoa que conclui o segundo grau.


Evidentemente que existem múltiplas causas, entretanto, os dois principais fatores que levam a esse resultado são a proliferação de cursos superiores no país sem nenhuma estrutura pedagógica, com baixíssimo nível de ensino e a péssima qualidade do ensino básico e médio, principalmente os de boa parte do setor público. Uma parte muito grande das prefeituras e dos estados brasileiros prefere uma quantidade muito grande de alunos e desprezam totalmente a qualidade do ensino dispensado a esses estudantes. O ensino é algo muito sério para deixar de qualquer forma, é preciso ter mais respeito pelo próprio aluno e pela sociedade. Ao passar de ano um aluno que não está habilitado por meio do conhecimento, a escola o está prejudicando ao invés de lhe ajudar. Mais a frente ele irá precisar do conhecimento que deveria ter aprendido, mas não lhe foi dada a oportunidade de tentar em uma segunda chance de aprender.


Uma das medidas que devem ajudar a melhorar o ensino nas nossas escolas é a obrigatoriedade do número máximo de alunos por sala de aula. Existem estudos internacionais de instituições sérias que comprovam a eficácia das turmas menores na aprendizagem dos estudantes. Isso parece ser bastante óbvio, visto que com uma sala com poucos estudantes o professor poderá ter muito mais tempo para dá atenção a todos os alunos e, além disso, os estudantes passam a ter menos vergonha de perguntar, ficam com menos dúvida e, consequentemente, aprendem muito mais. O Ministério da Educação recomenda o número máximo de aluno por sala de aula desde o jardim de infância até o ensino médio, mas muito poucas escolas obedecem a essa recomendação. Existe em tramitação no Congresso Nacional um projeto de lei que, se aprovado, irá obrigar todas as escolas a respeitarem esse limite. Isso pode ser um primeiro passo no sentido de melhorar o ensino no Brasil.


A educação deve ser tratada com muito mais seriedade pelos governantes e autoridades da área. Deixar proliferar cursos superiores no país e não impor uma fiscalização rigorosa na qualidade dos cursos oferecidos por essas instituições é uma falta de respeito muito grande para a sociedade, fato que poderá custar muito para o país no futuro. Poderá ter uma grande quantidade de doutores analfabetos em nosso país, isso seria uma vergonha extrema para todos. Os prefeitos e governadores deveriam investir muito mais em salas de aula, dando ênfase à qualidade e do nível de aprendizagem no ensino oferecido pelas escolas públicas. O sistema de período integral adotado por algumas escolas públicas em alguns municípios deveria ser adotado por todos. Não há dúvida que se todas as escolas públicas adotassem em todas as suas turmas com estudantes de até 18 anos o período integral o nível de ensino seria extremamente melhorado, chegando ao nível de excelência. Que as autoridades realizem todos os esforços para que esse objetivo seja concretizado.

Comentários

  1. Temos que ter um certo cuidado com pesquisas do IBOPE... De qualquer forma notamos que existe nos cursos superiores um mercantilismo exacerbado e nos básicos um descuido como os citados no texto. Iniciativas têm sido tomadas no sentido do aperfeiçoamento do ensino e na detecção das fragilidades.
    Recentemente faculdades foram fechadas e hoje (05/12) estão sendo ministradas as provas do ENEM visando colher informações para aperfeiçoamento do ensino e habilitar os alunos a um curso superior. Esperemos e vigiemos para que tais iniciativas possam alcançar a todos.
    Abraços.

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  2. Francisco,

    O nosso sistema educacional aprova as crianças do primeiro ao terceiro ano, mesmo que não estejam alfabetizadas, com o intuito de gerar vagas para novos alunos, isso se dá por falta de escolas.

    Precisamos aumentar o número de escolas e melhorar o ensino através de capacitação dos professores. Certamente a base de um país é a educação e o ensino público esta deixando a desejar.

    Beijocas

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  3. Olá Francisco,

    Acho que o problema não está no nível superior das universidades/faculdades particulares pois, temos muitos professores competentes (uns com mestrados e até doutorado), que possuem uma ótima didática.
    Acredito que a precariedade, está no ensino de nível médio e fundamental. Na minha época, e hoje não sei se ainda é assim...ser professor não era uma profissão almejada...era um bico...um ocupação que rendia uma grana extra. Tive professor, por exemplo, de Física que não conseguia resolver um cálculo (e aluno levantava da carteira e fazia isso por ele). Uma vergonha né?
    O Jornal Nacional noticiou dia desses, que muitos estudantes não conseguem concluir o nível superior pois, sentem dificuldade em acompanhar o ritmo do aprendizado, ou seja, já ingressam em uma faculdade com uma série de limitações.
    Enfim...é um problema estrutural, e a solução seria começar as melhorias no ensino básico, depois fundamental para o estudante chegar mais preparado à um curso superior.
    Parabéns pela abordagem do tema.
    Abraços, Fernanda pautajornalistica.blogspot.com

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  4. Francisco,

    Apesar de alguns esforços, ainda vamos demorar um longo tempo para termos uma educação de boa qualidade, pois há que se ter incentivo para que se possa educar, e esse é o primeiro passo.

    Se não houver estímulos para os professores, conseqüentemente, esses professores não conseguiram ministrar aulas de boa qualidade, com boa vontade.

    Os alunos também têm que ser estimulados para um real aprendizado, e isso começa dentro da própria cada, com incentivo aos livros, teatros, bibliotecas, museus etc...

    Ainda vai longe meu amigo...

    Bjs.

    Rosana.

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  5. Fiquei assustado pelo índice de formandos que deixam uma faculdade sem ter capacidade para exercer a sua profissão. Isto precisa mudar para que as universidades voltem a ter o devido respeito por todos nós brasileiros.
    Não basta ter um diploma, necessário se faz demonstrar a competência para exercer a sua profissão com dignidade.

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  6. É amigo Francisco o sistema educacional em nosso País é um caso sério, existe uma tendência dos nossos políticos, não são todos mais uma grande maioria, tenta criar uma imagem falsa de que o índice de analfabetismo no Brasil está diminuindo, é como você disse muito bem a educação é a base de sustentação do progresso e desenvolvimento de um povo, um povo educado é um povo preparado para enfrentar as adversidades da vida, e eles, os nossos políticos tentam maquiar isso, com esse sistema de educação implantado atualmente. Educação é coisa séria e tem que ser tratada como tal, não precisamos de pessoas com diplomas e sim de pessoas diplomadas, preparadas com informações e conhecimento para enfrentar o dia a dia , esse é e tem que ser o objetivo maior...

    Abraços..

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  7. Olá Francisco

    Consegui um tempinho livre, excelente post como sempre.
    De fato, eu acredito que o caminho para um ensino de qualidade ainda será longo. Essa busca por melhorias deverá ser constante. A educação deixa muito a desejar em nosso país, infelizmente.

    Forte abraço!

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