Pular para o conteúdo principal

O tsunami se transformou numa marolinha?


Na imaginação de muita gente a economia brasileira em 2009 iria sofrer um dos maiores abalos, com milhões de pessoas perdendo empregos, empresas trabalhando no prejuízo, desarranjos de todos os tipos na economia, enfim, a economia iria se transformar em um verdadeiro caos. Entretanto, o que se observa por meio dos números da economia ao final do primeiro semestre deste ano é totalmente diferente do que diziam esses “especialistas” e “entendidos”. Por que o comportamento da economia nesse episódio foi bem diferente do que muitos achavam que ia acontecer? Quais os fatores que explicam essa divergência tão grande? O Lula tinha razão a respeito de que o tsunami na economia mundial ia se transformar numa marolinha na economia brasileira?


É verdade que alguns setores da economia brasileira tiveram efeitos bastante significativos no período de outubro de 2008 a março de 2009, como é o caso da indústria, entretanto, mesmo esse setor os números indicam que a partir de abril passaram para uma fase de forte recuperação. Setores principalmente os relacionados com serviços tiveram muito pouco efeitos derivados da crise internacional. A indústria que foi a mais afetada, a partir de abril ao invés de gerar desemprego passou a gerar empregos com a contratação de mais pessoas do que as que foram demitidas por esse setor no período da crise. A tendência é que a indústria continue com os seus projetos de investimentos de antes da crise e com o surgimento de novos tendo em vista que além de contar com a forte presença do crédito público, notadamente do BNDES, o crédito do setor bancário privado nacional está mais barato do que no período que antecedeu a crise. A indústria que foi a mais afetada pela crise tende a ser o setor que terá o crescimento mais acentuado no período pós-crise.


Ações como expansão do crédito dos bancos públicos, aumento dos gastos do governo em diversas áreas, diminuição da taxa SELIC, aumento do salário mínimo, sustentação e ampliação dos programas sociais, ações dos governos das principais economias no sentido de diminuir os efeitos da crise em seus países, manutenção dos programas de investimentos do governo federal e de vários governadores e prefeitos, subsídios a vários produtos mais sensíveis à variação dos rumores da economia como automóveis e certos tipos de eletrodomésticos e várias outras ações que foram tomadas pelo governo objetivando guarnecer a sociedade dos efeitos perversos da crise econômica mundial de 2008.


Muitas pessoas dizem que o governo gastou muito para diminuir os efeitos da crise na nossa economia, que o setor público está incorrendo em déficit por conta disso, etc. Apesar de ter havido uma redução razoável na arrecadação nos últimos seis meses do ano de 2009, queda de 7,0% em comparação com os mesmo primeiros seis meses de 2008, o governo federal logrou um superávit primário de 32 bilhões de reais de janeiro a junho de 2009. ao mesmo tempo, os recursos públicos despendidos foram bastantes irrelevantes se comprados como os recursos gastos por outros países. A Argentina gastou 3,9% do PIB, o México gastou 4,7%, os Estados Unidos gastaram 5,5%, a China gastou 6,9%, na Espanha o gasto foi de 8,1% do PIB e no Brasil o gasto foi de apenas 0,2% do PIB. Isso mostra que o governo brasileiro deveria ter sido muito mais incisivo e forte do que de fato foi em suas ações. Se tivesse agido com muito mais vigor, a crise teria sido muito mais branda e teria durado menos tempo.


Uma das funções primordiais de um bom governo é evitar que as crises possam afetar o seu povo, e as crises econômicas são as que mais afetam o povo nos tempos modernos. Portanto, nesses períodos tenebrosos na economia a ações do governo são fundamentais. São essas ações que fazem com que o povo sofra menos, que a sociedade não sinta, de forma perversa, as amarguras e as adversidades do mau funcionamento da economia. O nosso governo poderia ter feito muito mais do que fez, mas pelo menos não ficou inerte esperando o mundo acabar no tsunami, entretanto, deveria ter agido mais fortemente para transformá-lo em uma marolinha. Embora não tenha conseguido a marolinha, mas pelo menos deixou a nossa economia, após seis meses de queda e crescimento baixo, pronta para iniciar a retomada de forte crescimento que vinha desde 2007. Esse crescimento deverá nos levar para outro patamar no conceito de grande economia mundial.

Comentários

  1. Amigo Francisco,

    Muitas pessoas torcem para que o Brasil não de certo,não entendo profundamente esse sentimento,de algumas classes é até obvio,mas elas são tão pequenas em quantidade de pessoas,isso que me deixa pensativo.
    E quase impossível negarmos os avanços do Brasil nesses ultimos anos,se fosse em outras épocas,é certo que estariamos com uma taxa de juros acima dos trinta por cento,e o povo,que se...

    Parabéns pela bela postagem.

    Abraços,amigo.

    ResponderExcluir
  2. Saudações!
    AMIGO FRANCISCO,
    Hoje, o meu amigo estava verdadeiramente inspirado, sua explanação nos leva a renovar a esperança. E vamos ficar torcendo para que os empresários e o povo brasileiro continuem a produzir as riquezas de nosso País.
    O que salva esse País é o povo brasileiro, que além de construir riquezas com sacrifícios, ainda leva a reboque uma leva de governantes que elegem seus interesses acima da coisa pública. Em você e alguns poucos administradores competentes e honestos eu acredito.
    Parabéns pelo excelente texto!
    Abraços,
    LISON.

    ResponderExcluir
  3. OLA AMIGO!
    Excente post mas, este em especial sos trouxe notícias boas .O Brasil tem uma forte economia ,confiamos que tudo de certo acho que o pior já passou so nos resta esperar dias melhores . O povo brasileiro merece!

    ResponderExcluir
  4. Penso que há uma pitada de otimismo aqui, que ele possa perdurar para as próximas eleições.

    Beijocas

    ResponderExcluir
  5. Francisco, vc tem toda razão quanto ao seu comentário no meu blog. Embora seja num tom de humor, engraçado que teve até uma reportagem a respeito na Globo 6a.f pp, realmente eu creio que é algo mais para doença que está desestabilizando o mundo, a família perdeu toda estrutura e as crianças perderam os exemplos.

    Bjs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete. Com boa dose de ironia, o humo

A atriz Marieta Severo rebate Fausto Silva no programa do apresentador sobre a situação do Brasil

O próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das maiores excrescências da televisão mundial desde a era peleozóica. Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem, na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente. O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”. Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral, dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um genérico de Toni Ramos. Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou, talvez, de quem se tratava. Começou com uma conversa mole sobre o Brasil ser “o país da desesper