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O perigo das generalizações

Quantas vezes escutamos por aí que alguma coisa não presta, que pessoas pertencentes a alguma profissão, credo religioso, alguma área da cidade ou do país não prestam? Muitas vezes, certamente. Quantas generalizações as pessoas fazem quando deveriam individualizar? Por que será que as pessoas generalizam e não distinguem as pessoas dos grupos aos quais pertencem? Será que elas fazem isso porque querem mesmo ou simplesmente por preguiça de pesquisar e descobrir que não é bem assim?


Generalizações das mais diversas naturezas é uma praxe para muitas pessoas. É costume se generalizar que todas as pessoas que moram na favela são constituídas de bandidos ou do tipo “não devemos ir ou passar próximos a favelas porque lá só tem bandidos”. Como sabemos, nesses lugares existem muitas pessoas descentes e honestas e a grande maioria dos que moram nesses lugares é constituída por pessoas que trabalham (quando conseguem), estudam e ganham a vida descentemente embora ganhando muito pouco e muitas vezes passam necessidades. Chamar essas pessoas de “bandidos” é uma falta de conhecimento e um preconceito inaceitável. Infelizmente, existem empresas que ao saber que a pessoa mora numa favela ficam receosas em contratá-la e em muitos casos acabam não contratando simplesmente por causa do lugar onde ela mora.


Várias vezes escutamos que a Igreja Católica está cheia de tarados, homossexuais e outros adjetivos depois que a mídia mostrou alguns fatos envolvendo religiosos tendo “casos” pessoas do mesmo sexo ou com mulheres, alguns desses casos envolvendo menores. Entretanto, muita gente generaliza e diz que os padres e outros religiosos não são confiáveis e que passaram a ter muito cuidado quando os seus filhos vão a igreja. Isso é uma falta conhecimento muito grande, sabemos que em todos os lugares existem pessoas que comentem falhas em seus comportamentos e por isso merecem punição, mas as pessoas que não cometem nenhum crime ou desajustes não merecem punição, nem pela lei nem pelo preconceito dos ignorantes. Sabemos que a imensa maioria dos nossos padres e religiosos é constituída por pessoas verdadeiramente tementes a Deus e segue os Seus preceitos fielmente que envolve respeitar as pessoas. As pessoas pertencentes à Igreja e que cometem esses fatos constitui um número muito reduzido, essas pessoas fracassaram em seguir os Preceitos e os Mandamentos de Deus e por isso merecem uma punição, não os que seguem fielmente e tem como único objetivo servir a Deus e a todos da terra, respeitando as pessoas em todos os sentidos. Outro tipo de generalização é quando dizem que todos os pastores são ladrões e que só vivem do dinheiro dos fiéis de suas igrejas. Todos sabemos que isso é uma mentira e que a imensa maioria dos nossos irmãos evangélicos, incluindo os pastores, é constituída de pessoas que são verdadeiramente tementes a Deus e tem como objetivo salvar as pessoas do corpo e da alma. Evidentemente que existem aqueles que ludibria as pessoas com promessas falsas e visam apenas o dinheiro arrecadado dos fiéis. Entretanto, os que agem dessa forma são muito poucos no universo das igrejas evangélicas.


Muitas pessoas costumam generalizar que todos os políticos são ladrões e que são eleitos somente para roubar. Todos sabemos (ou deveríamos saber) que isso é a mais pura mentira. Sabemos que infelizmente existe corrupção na política, o nível de corrupção na política é o mesmo ou até menos do que existe nas polícias no judiciário e no meio empresarial. Por que somente os políticos são todos taxados de corruptos e não se ouve por aí que todos os policiais são corruptos, que todos os juízes são corruptos, que todos os empresários são corruptos? Aparentemente, não existe resposta plausível para essa questão. Primeiro, porque nem todos os policiais, juízes e empresários são corruptos, assim como nem todos os políticos são corruptos. Segundo, porque a grande mídia generaliza e as pessoas que não possuem uma cultura política, não acompanham política e, acima de tudo, detestam política acabam criando essa visão falsa de que todos os políticos são corruptos. Essa visão falsa é muito prejudicial ao país e a própria sociedade brasileira porque as pessoas de bem ficam receosas de entrarem na política em razão dessa falsa impressão de que todos os políticos são corruptos. As pessoas que pensam assim deveriam se interessar um pouco mais por política e passariam a saber que a arte de política é uma arte nobre e que já passaram pessoas que ajudaram muito o nosso país com sua dedicação plenamente perfeita ao povo brasileiro. Felizmente, temos muitos brasileiros que estão com dignidade, honestidade e ética ajudando a construir o nosso país por meio da política.


As generalizações não devem ser levadas a sério porque não condizem com a realidade, principalmente quando estão relacionadas com grupos muito grandes de pessoas. Certamente, em praticamente todas as coletividades em que estão relacionadas a muitas pessoas tem-se problemas sérios com algumas pessoas, é próprio do ser humano o desvio da conduta considerada adequada, entretanto, o percentual de pessoas que desviam de um comportamento ético é muito reduzido se comparado com todas as pessoas pertencentes ao grupo. Portanto, nunca devemos duvidar de todo os religiosos, seja com relação aos seus comportamentos sexuais ou de natureza econômica subtraindo dinheiro dos seus fiéis, esses problemas existem, mas estão relacionados a uma quantidade muito pequena de membros. As pessoas que moram nas favelas ou eu outros lugares como nas ruas não são bandidas, podem existir pessoas que cometem crimes e que moram nesses locais, mas constitui um pequeno grupo em um universo de muitas pessoas. As generalizações feitas para toda a classe política também é fruto da ignorância que se abate em muitas pessoas. Devemos conhecer profundamente alguma coisa para emitirmos alguma afirmação do tipo “todos os políticos são ladrões” ou outras do mesmo teor. Se as pessoas conhecerem profundamente o que dizem certamente nenhuma generalização será feita, e muitas pessoas que mesmo sem fazer nada de errado e sem dever deixariam de pagar um alto preço injustamente.

Comentários

  1. Olá Francisco,

    Dois motivos me trazem ao seu blog: o primeiro é agradecer - com muito atraso - o comentário que fez a uma postagem minha. Fiquei realmente contente de vislumbrar o potencial da internet em reunir pessoas com curiosidades e pensamentos afins. Fiz uma nova postagem, se puder visite e comente!

    O segundo motivo é parabenizá-lo pelo seu blog. Aliás, muito interessante sua postagem sobre as generalizações. Sempre bom aprimorar nossa maneira de olhar e interpretar o mundo.

    Abraços,
    Daniel

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  2. Amado e amigo Francisco, muito pertinente seu post!Visto que o conceito pré-concebido é a mola motriz do ódio que gera tanta desavença e discórdia!Os que não têm interesse ou coragem para sanar suas dúvidas, usam as crenças alheias e dessa forma propagam-se vários conceitos mentirosos. No meu campo de atuação estou farto de presenciar tais atitudes, uma vez que trabalho com grupos marginalizados pela sociedade por puro pré-conceito!
    A paz

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  3. Olá,Francisco

    Lendo seu post(ótimo,por sinal),tracei um paralelo com a necessidade que o ser humano tem em ROTULAR.Tudo ou é bom ou ruim,presta ou não presta,rico ou pobre,feio ou bonito.Essa visão em preto e branco,nos remete à um estado quase infantil-já que só nos contos de fadas o bem e mal é tão definido.E ,tal qual uma criança,pessoas que generalizam/rotulam ,são arrogantes e egocentradas em seus pequenos mundinhos...Não viveram,não cresceram,nada conhecem...Ignorância total,e muitas vezes a ignorância é uma bençâo...para os acomodados.
    Em meu trabalho com a Dança do Ventre também sofro "generalizações e rotulações",pois a mídia que pensa pela massa já definiu como "sensual".E a Arte?
    Ah,arte é outa coisa,dizem os rótulos!!!
    Nenhum oito será infinito enquanto a mente for limitada.

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  4. Sr. Francisco Castro,
    Tomamos a liberdade de reproduzir, com a devida citação da fonte, alguns trechos do seu artigo "O perigo das Generalizações" em nosso recentemente criado site (www.boletimpensar.com.br) e aproveitamos para parabenizá-lo pelo excelente artigo.
    Estamos numa fase inicial em nosso site e entendemos que o tema abordado foi extremamente pertinente e lúcido para nossa realidade enquanto servidores públicos.
    Ao seu dispor,
    Equipe Boletim Pensar
    (Italo Roberto Zuan Benedetti - Londrina-PR)

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