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A importância do Estado na nossa economia

Os investimentos públicos constituem uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. O investimento público além de aumentar a renda por meio do aumento do emprego e das receitas de muitas empresas, ainda deixa uma estrutura para ser usufruída pela população tais como estradas, escolas, hospitais, sistema de esgotos, etc.


Ao contrário do que dizem muitos técnicos pertencentes à ortodoxia econômica, os gastos públicos, principalmente os investimentos, têm a capacidade alavancar uma economia, notadamente quando essa economia está com sérios problemas como um baixo crescimento ou em uma recessão. Nesses momentos, os investimentos públicos e privados tornam-se complementares, os segundos acompanhando os primeiros. O mecanismo pelo qual isso ocorre é que o aumento das compras do governo aumenta as vendas das empresas e conseqüentemente, os empregos e os lucros nestas últimas. Tanto as compras da administração direta quanto das empresas estatais proporcionam praticamente os mesmos efeitos para a economia. Com referência aos investimentos, além de proporcionarem os mesmos efeitos das compras em geral do governo, tem a vantagem de elevar a produtividade das empresas privadas no futuro como são os casos de construção de escolas, hospitais, estradas, casas, etc. Evidentemente, o setor público não deve tomar o lugar das empresas privadas, deve agir de forma a complementar a atuação desse setor.


O Brasil, desde o início dos anos 1950 até o final dos anos 1970 passou por uma transformação, saindo de uma posição de país notoriamente agrário para um país industrial, com uma economia respeitada e com uma alta produtividade. Isso só foi possível porque o Estado foi o indutor dessa transformação. Dado que as empresas privadas nacionais não tinham condições de investir pesado em setores que exigiam investimentos em larga escala como a mineração, siderúrgico, energia, etc. e os investimentos estrangeiros não eram tão abundantes, não restou outra alternativa a não ser o Estado entrar de forma forte na esfera da produção. Neste contexto, foram se solidificando vários grupos empresariais nacionais de destaque, além de grandes grupos estrangeiros em áreas como a indústria automobilística, química, entre outras. Mas, vale salientar que somente por ação do governo, seja por meio de incentivos ou por outros meios que esses grupos se estabeleceram em nosso país.


No decorrer das décadas de 1950 até 1980, as várias estatais brasileiras além de servirem de indutoras do crescimento econômico, serviram para controlar o nível de preços ao postergar os reajustes de preços de seus produtos ou serviços. Isso ocorreu diversas vezes quando a inflação estava saindo do controle. Certamente, muitas áreas que hoje o Brasil é referência no mundo se não tivesse havido uma decisão política no passado do Estado ser o responsável pelo seu desenvolvimento atualmente seríamos apenas um espectador assistido esse progresso em outra nação. Nos anos 1990, ou por ideologia ou por ineficiência em algumas empresas, a maioria das empresas estatais brasileiras foram privatizadas, tirando do governo uma parte da capacidade de atuar diretamente na economia, mas ainda deixando uma capacidade muito grande, seja por meios inerentes ao de Estado ou por algumas empresas poderosas que ainda ficaram em poder do Estado.


Em um momento em que o mundo está vivendo grandes abalos na economia, merece uma reflexão a respeito da responsabilidade do Estado com o desenvolvimento e o pregresso de uma nação. O contexto atual é totalmente diferente do existente quando o Estado brasileiro passou a ser o indutor da nossa economia, mas as circunstancias atuais exigem uma posição muito mais firme deste agente do que se tem sido adotada nos últimos 25 anos. Certamente, não se exige que o Estado brasileiro crie empresas para atuar diretamente no setor produtivo em concorrência com as empresas existentes atualmente. O que se espera é a atuação do Estado, dando incentivo, financiamento para a construção civil (altamente intensiva em mão de obra), dando crédito a todas as outras empresas que estejam necessitando e não conseguem pelos meios tradicionais e atuação direta em muitas áreas que assim seja exigido. Neste momento, seria muito importante que os governos (federal, estaduais e municipais) passassem a investir pesadamente na construção de casas populares, estradas, saneamento básico, escolas, pontes e viadutos, etc. Ao fazer isso em alta escala, estaríamos muito mais confortáveis diante da crise, com muito mais emprego, várias empresas de diversos setores estariam lucrando e contratando funcionários e nos próximos anos teríamos um país com uma excelente infra estrutura. Para fazer isso, é preciso que se tenha coragem, visão de futuro, pensar no povo e trabalhar para o povo. Infelizmente, existe uma escassez de homens públicos que tenham essas qualidades.

Comentários

  1. Olá.

    A paz e a graça do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

    Se olharmos somente o âmbito econômico, sendo o governo eficiente, a economia da nação pode sim crescer. Mas o problema é que há outros tantos fatores envolvidos além da economia. Na época da ditadura militar o Brasil teve um forte avanço econômico, mas a liberdade era podada. Outro tanto, se o governo intervir em muitas áreas sociais, a sociedade fica muito exposta e à mercê do governo. Se o governo de bom for trocado para um governo ruim, tudo desmorona.

    Penso que o "Estado mínimo" é uma boa saída.

    Amigo, fica com Deus.

    Abraço, em Cristo Jesus.

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  2. Oi, Francisco!

    Também acredito no poder do Governo na gestão incentivadora da economia, seja por meio de obras, quanto em melhorias para distrbuir com mais igualdade o dinheiro público. Principalmente em pesquisa, que é um setor que ajuda muito a sociedade e é capaz de gerar trabalho e qualificação.

    Abraço

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  3. O governo só não ajuda porque não quer e porque deve haver interesses para que a ajuda não venha. É triste, pois nessas horas um líder deve agir e buscar soluções para ajudar seu povo. Abraços.

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  4. Olá Francisco,
    Você tem toda razão. Bastaria aos nossos governantes, incluindo dentre eles o próprio Presidente, lerem a nossa Constituição até o seu artigo 3o. Lá há como objetivo promover a igualdade e o desenvolvimento.
    Somente investimentos que tenham objetivos claros e sejam realizados sem outros interesses (ou interesses particulares) permitiria um saudável desenvolvimento de todos. E, se bem planejados, esses investimentos seriam realizados de forma sustentável, também.
    Os projetos megalômanos - entretanto - devem ser barrados e seus propositores ficarem na mira dos eleitores.
    Não devemos mais ficarmos à mercê de interesses estranhos aos nossos objetivos como País e, quem sabe, como futura nação.
    Abraços do

    Antonio Carlos

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