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ESQUERDA E DIREITA, QUAL VOCÊ PERTENCE?

Muito se tem debatido sobre o que é a esquerda e o que é a direita. Desde a queda do Muro de Berlin esse debate tem se acirrado notadamente relacionados a questões tais como desigualdades sociais, direito da mulher, direitos civis, papel do Estado na economia, entre outros temas. Neste contexto, o que vem a ser de direita e o que vem a ser de esquerda? Como é que age um indivíduo considerado de esquerda em determinada situação? E o de direita?


Primeiramente, deve-se fazer uma divisão na qual são realçadas as diferenças de interpretação de desenvolvimento econômico contidas nessas duas correntes. Para os de esquerda, o subdesenvolvimento vivido por nosso país é fruto do histórico da especialização do trabalho proporcionado pelo cultivo de monocultura. Já para o de direita, entende que o subdesenvolvimento é fruto das suas próprias políticas que levaram o país para o subdesenvolvimento. Desta forma, as pessoas de esquerda enfatizam que as mazelas do país é conseqüência da globalização e do imperialismo imposto por algumas nações mais poderosas. Por outro lado, as de direita atentam para as causas internas dando ênfase à educação, entre outras políticas, para realçar o crescimento econômico. Atualmente, duas divisões claras dessas posições são os fóruns internacionais de Porto Alegre e de Davos, enquanto o primeiro tem uma conotação nitidamente de esquerda, o último tem visões mais apropriadas da direita.


É sabido que os diversos países do Leste da Ásia experimentaram um forte crescimento no decorrer dos últimos 20 anos sendo, inclusive, apelidados de “tigres asiáticos” dada a sua pujança no crescimento. Para os de esquerda, esse desenvolvimento foi possível graças à política de intervenção estatal e na interferência no sistema financeiro e no comércio exterior. Isso teria levado cada um desses países a ganharem espaço na economia mundial, criando, conseqüentemente, autonomia econômica. Para os de direita, esse crescimento acelerado é perfeitamente explicado pelos elevados níveis de poupança e investimentos existentes nesses países aliadas às altas taxas de investimento em educação de alta qualidade.


Para a esquerda, a situação de um indivíduo depende muito pouco de suas decisões, enquanto que para um de direita uma pessoa tem um razoável espaço de autonomia e condições de garantir e definir o seu futuro. Para um indivíduo de esquerda é melhor que haja uma menor taxa de crescimento econômico para que se tenha uma melhor distribuição de renda ao passo que para o de direita prefere uma melhor eficiência econômica mesmo que essa ação proporcione uma menor distribuição de renda.


Aqui no Brasil de agora, dados os últimos governos considerados Social-Democratas, mas com certas conotações que transparecem visões de esquerda e de direita (veja a política econômica implantada desde o primeiro governo Fernando Henrique que continua até agora no segundo governo LULA), por outro lado tem-se políticas sociais que parecem muito com as aspirações de esquerda, parece que ser de esquerda e de direita não está muito claro nem bem definido. O que parece bastante claro é que as políticas implantadas nos regime militar eram claramente de direita, embora não aplicando plenamente as recomendações desta visto que o investimento em educação foi relegado a segundo ou terceiro planos. Nos anos de crise (de 1980 e até 1993) não houve como se caracterizar nem como de direita nem de esquerda, teve-se governos que tinham como objetivo combater a inflação. É preciso enfatizar que implantar somente o que está descrito nos preceitos de esquerda ou de direita não é suficiente para se ter uma nação desenvolvida, com uma população rica e com alto bem-estar.


O mercado sozinho não é suficiente para levar uma não para ao topo do desenvolvimento social (veja o que está ocorrendo agora), a presença do Estado é fundamental. Do mesmo modo, a educação é muito importante (coisa que não é enfatizado pelos de esquerda) para o desenvolvimento da economia e de uma nação, embora não seja suficiente. Investir somente em educação não levará uma nação para o desenvolvimento, poderá criar um exército de doutores desempregados, é preciso também que sejam feitos os mais diversos tipos de esforços, com estrutura do sistema financeiro, infra-estrutura, etc. Os de esquerda têm um pouco de razão quando mencionam fatores históricos para o desenvolvimento (o que é radicalmente contestado pelos de direita). Um exemplo para aceitar essa hipótese é com relação aos negros. Em todas as pesquisas os negros estão sempre em desvantagem com relação ao resto da sociedade, isso é claramente uma conseqüência da sua inserção no mercado de trabalho muito depois dos outros, eles iniciaram a corrida com muita desvantagem. Portanto, é necessário que hajam políticas que levem ao melhor para a população, independentemente que sejam de direita ou de esquerda mas que acabem com as distorções existentes em nossa sociedade.

Comentários

  1. Francisco,
    Que tema polêmico,hein,fiquei confuso agora,vejamos um exemplo,os países comunistas sempre foram de esquerda,certo?
    E seus investimentos em educação sempre foram enormes,não é?
    A verdade é que é muito dificil essa distinção,um assunto que merece destaue,muito bem abordado,parabéns.
    Um forte abraço,amigo.

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  2. Francisco, nossa fiquei muito feliz com sua visita em meu blog.
    Nossa adorei o seu blog, pois sou uma pessoa simples, mas que adoro tudo o que possam me passar para o meu dia a dia. E foi muito bem abordado por vce. Que bom ter vcê, que possa nos dar esclarecimento sobre o nosso País.
    DESEJO A VC~E EM 2009 MUITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    SUCESSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    SEMPREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE.
    ABRAÇOS.

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  3. Francisco, assim como o João Assis ecreveu, acho o tema polêmico demais. Vou mais além: polêmico demais para uma postagem. Mas valeu. Tenho somente algumas considerações. Compreendo que você estabeleceu uma diferença "econômica" e não política entre direita e esquerda. Portanto, considero como minha obrigação acrescentar algumas coisas no tocante ao conceito político. Em primeiro lugar, é bom ressaltar que esquerda não é somente socialismo ou comunismo. Assim como a direita não é somente o tucanato ou os militares que governaram o Brasil. Devemos lembrar também que, em alguns países escandinavos, e, até mesmo na França, a esquerda governou por muitos anos e promoveu diversas aberturas, inclusive, de mercado, com pouca interferência do Estado na economia. Quanto à questão do investimento em educação, concordo em parte. É claro que se você investir somente em educação não engendrará uma economia rica. Veja o caso do paralelo Estados Unidos/Cuba. Cuba tem uma legião de doutores exercendo profissões alheias à formação. Os Estados Unidos, no entanto, possui elevado grau de péssimas instituições de ensino (também há excelentes), mas, antes da crise, a economia conseguia assimilar o potencial de recém-formados e, dentro da proposta de globalização, inserí-los como seres pensantes do mundo global. Em relação ao Brasil, discordo que a esquerda pense pouco em investir em educação. A questão é mais abrupta. Primeiro, porque segundo o governo não há dinheiro suficiente para isso no momento, colocando assim a educação em terceiro, quarto, quinto plano. Segundo, grande parte da educação pública no Brasil é delegada aos Estados e Municípios, majoritariamente administrados por partidos de direita. Se você comparar o nível das instituições federais de ensino, inclusive básicas (como as escolas técnicas federais), com as instituições estaduais e municipais, inclusive acadêmicas, verá que a qualidade das federais melhorou enquanto que as estaduais e municipais piorou. A USP e a UNESP são exemplos concretos de que o PSDB investe pouco na educação paulista. A cada ano a qualidade de ensino e a estrutura delas estão piorando. Mesmo com as pressões do MEC, pouco ou quase nada os governos estudais e as prefeituras fazem para melhorar a qualidade da educação no Brasil. Querem aumentar o número de vereadores e os salários dos deputados estudais, mas não querem melhorar a educação.

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  4. Obrigada Francisco, seu blog também está de parabéns. Desejo o mesmo para você em 2009 e em todos os anos da sua vida.

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  5. Olá Francisco!

    Obrigada pelo carinho e os elogios ao meu blog,prá mim é uma honra ser visitada por um individuo tão inteligente e interessante.

    Grande Abraço!

    Angela (Bela e Tirana)

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  6. Oiêee!
    Vim agradecer-lhe a visita, o comentário, os elogios ao meu blog. Quero também parabenizá-lo pelo seu, cujo conteúdo é excelente. Desejo-lhe um 2009 cheio de realizações e que ele seja só sucesso.
    Abraços.

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  7. Francisco,
    Eu agradeço muito pelo seu comentario no meu blog, que 2009 seja maravilhoso para vc tambem.

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  8. Olá Francisco! Vem agradecer pelo comentário no meu blog e para dizer que tornei uma seguidora, afinal, interesso-me por Economia e afins e gostei do seu blog!

    Quando ao tema: Concordo com Josão Assis e, principalmente com Caim!
    Na vdd, esse último falou tudo oq eu pensava!Até pq sou vestibulanda, prestei USP e Unesp e sei que as condições das faculdades não são das melhores, o que é uma lástima, pois são ótimas!Abs ;)

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  9. TAmbém desejo a você (sua família e todos aqueles que gostem de você) felicidades, saúde e não tenham problema de desemprego ou qualquer outro efeito negativo da crise econômica.
    Admito que a tal crise eu só vi na tv,talvez seja privilegiada ou até mesmo uma alienada. Vou acompanhar esse blog p/saber. Beijos!

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  10. Oi Francisco.
    Sempre desconfiei que o Brasil fosse totalmente a oeste da direita e este da esquerda, e talvez seja o único país que haja comunistas de direita.
    Em tempo, fui ao Egito. Vou atualizar o blog.
    Um forte abraço.

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  11. ::: Olá, Francisco. Um excelente 2009 pra vc também! Parabéns pelo blog. Já o coloquei entre os meus favoritos. Abração!

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  12. Obrigada, desejo o mesmo, senão mais, a você.

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  13. Olá Francisco,

    Em primeiro lugar, obrigado pelos votos de Felicidades nesse novo ano.

    Gostei muito do seu blog e, especificamente, deste post.

    Meu pensamento sobre o tema ainda está em construção, mas para mim a esquerda e a direita são rótulos que afastam o principal objetivo da política, ou o que deveria ser o principal objetivo da política.

    Se ao invés de pensarmos em esquerda ou direita pensassemos em um macro projeto para o Brasil, um macro projeto para cada país, que tivesse como fim último a melhoria das condições de vida das pessoas e a igualdade entre os seres humanos, essas conceituações de direita e esquerda seriam desnecessárias.

    Essa discussão como alguns dos colegas que fizeram comentários, de que o PSDB não investe na USP ou na UNESP ou em Educação, me parece muito mais uma discussão partidária do que uma busca para solução de um problema.

    Por fim, deve-se tirar a culpa desse ou daquele lado, deve-se por a culpa em quem realmente a tem, ou seja, o homem, o ser-humano. Esse sim é o responsável pela degradação do mundo.

    Enquanto cada um de nós seres humanos não nos responsabilizarmos pelas nossas obrigações sempre existirão lacunas no desenvolvimento da humanidade. Enquanto não abandonarmos a prática de buscarmos o benefício individual, sempre haverá o subdesenvolvimento.

    Abraço, Anderson

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  14. Amigo Francisco Januário o Japão por exemplo tem pouco espaço territorial no entanto é uma economia muito forte onde a população tem alto padrão de vida,esquerda ou direita é relativo cada povo tem que se inserir na economia mundial contribuindo com oque melhor sabe fazer e buscar qualidade de vida.abraço

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