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MEDIDAS PARA A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA

Muito se escuta sobre a carga tributária bruta no Brasil, principalmente que está muito alta e que deveria ser muito mais baixa, etc., etc.. Uns dizem que chega a 36% do PIB (Produto Interno Bruto), outros dizem que está mais e outros dizem que está menos do que isso. Essas divergências quanto ao percentual da carga tributária no Brasil ocorre em razão das diferencias de metodologias empregadas pelos mais diversos órgãos públicos e privados. Ou seja, um determinado órgão entende que uma determinada contribuição deve ser contabilizada na carga tributária, enquanto que outro órgão, não. Deve ser enfatizado que o termo “bruta” é usada para distinguir da líquida. Esta última é estimada em 19,3% do PIB.


De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem cinco tipos de tributos: os sobre os produtos (ICMS, IPI, COFINS, ISS, CIDE-Combustíveis, IOF, etc.), à produção, sobre a renda e a propriedade (IR, IPVA, IPTU, CSLL, etc.), contribuições previdenciárias (INSS, PIS-PASEP, FGTS, etc.) e os impostos sobre o capital. Em 2005, por exemplo, a arrecadação total nas três esferas de governo foi de R$ 726 bilhões, sendo que 42,2% foi referente aos impostos sobre o produto, 3,8% referente aos impostos ligados à produção, 27,86% referentes à renda e à propriedade, 25,62% referentes às contribuições previdenciárias e 0,3% referente aos impostos sobre o capital. Nada indica que nos anos seguintes esses percentuais tenham se alterados de forma significativa.


Segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), a carga tributária bruta brasileira no período de 1995 a 2007 teve uma elevação de 8,5% do PIB. Essa evolução se deu da seguinte forma: entre 1995 e 1998 aumentou em 1,6% do PIB, entre 1999 e 2002 teve um aumento de 3,2% do PIB e entre 2003 e 2007 o aumento foi de 2,9% do PIB.


Deve-se considerar que na carga tributária também estão incluídos os impostos e as contribuições pagas pelas empresas estatais federais que entre 1995 e 2006 passaram de 1,68% do PIB para 3,73% do PIB. Essa evolução na carga tributária das empresas estatais representa um quarto da evolução verificada no mesmo período na carga tributária total. Desta forma, além da discussão a respeito da carga tributária líquida, deve-se levar em conta também o que as empresas estatais pagam em impostos que corresponde a quase nove por cento da carga tributária bruta total.


O debate sobre o peso dos tributos nas empresas e na sociedade brasileira é forte, entretanto, conforme visto acima, é bastante enganoso. Se por exemplo, tirarmos da medição da carga tributária os FGTS, o INSS e os pagamentos para o sistema S (SESI, SENAI, SESC, etc.) que constituem poupanças privadas (no caso dos dois primeiros) ou são administrados pela a iniciativa privada (no caso dos últimos), o que se paga de juros da dívida pública (que são valores que o governo repassa para os donos dos títulos do governo) e os repasses do governo para a sociedade a título de assistência como o Bolsa Família chega-se a uma carga tributária líquida, da qual o governo pode contar para realizar na sua administração os gastos de custeio e investimento. Esta é a medida de carga tributária líquida medida pelo IBGE informada acima no primeiro parágrafo. Ao tirarmos dessa medida os tributos que as empresas estatais federais (sem contar as estatais estaduais e as municipais) a carga tributária seria efetivamente sai do sistema produtivo privado é cerca de 15,6% do PIB. É bem diferente dos 36% que se tem da carga tributária bruta. Portanto, devemos ficar bem atentos a essas medidas e definições, é preciso conhecer para se emitir uma opinião que seja calcada e baseada na verdade.

Comentários

  1. Francisco Castro, parabéns pelo conteúdo do seu blog. Confesso que quando entrei nele senti-me feliz por ver tanta informação.
    Em relação ao seu último post, podemos concluir que no Brasil se tem muito a criticar o nosso governo por causa dos números da carga tributária, porém não percebemos as metodologias de pesquisas que são tendenciosas, puxando sardinha para a iniciativa privada.
    Muito bem colocado, e obrigado por nos mostrar como deve ser interpretado esses números.
    Abraços
    Denis

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  2. Oii Francisco é legal que vc tenha gostado do meu blog apesar de eu usar ele como um diário aberto rs...o seu tbm tem bastante coisa interessante no seu blog...

    bj

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  3. Obrigada Francisco...
    Resolvi fazer o blog para desabafar e declarar meu amor pelas pessoas q sempre estão e estarão ao meu lado!!!
    Fique a vontade pra entrar lá e deixar sempre sua opinião!!!
    bjos

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  4. um texto técnico, mas muito interessante
    beijos

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  5. Oi Tudo bem, primeiramente quero agradescer a visita saiba que fiquei muito feliz, ddepois digo que estou fazendo Gestão Financeira, e seu Blog está me ajudando muito "
    Um abração se cuida, espero ser amos companheiros !

    ResponderExcluir
  6. Para a maioria leiga o que importa é a enorme soma que o Governo arrecada e o pouco que retorna em obras e serviços.
    Todos os meses deixamos boa parte de nossa renda para os impostos diretos.
    Vim agradecer sua visita e comentário feito no meu blog.

    ResponderExcluir
  7. francisco, brigada pelos elogios. um abraço

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  8. Rodrigo Azenha disse...

    Muito obrigado, amigo. É uma satisfação a sua visita no meu blog. Continue, eu sempre tenho algumas novidades. Obrigado,também pelo o seu blog que eu tive o prazer de visitar, ele é ótimo. Seus artigos são maravilhosos. Obrigado mesmo, e tenha uma excelente semana.

    ResponderExcluir
  9. muito bom o conteudo informativo , cultural e por que não dizer: reflexivo do seu blog.

    parabens!
    e foi um ahonra sua visita ao meu

    Uma semana abençoada pra ti

    gde abraço

    Seny

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